Noite dos namorados

Criamos o hábito salutar de ler na cama naquele 
tempo gostoso que antecede o sono.
Vinha observando, que de uns dias para cá meu amado, colocava sua mão delicadamente sob a minha calcinha, me acariciava levemente e segundos depois tirava o dedo.
Aquilo me causava uma deliciosa sensação, mas também me deixava intrigada.
Fiz depilação artística.
Mandei até desenhar um coração para estimulá-lo.
Será que seria por conta dos remédios da pressão?
Dos problemas da empresa?
Porque será que ele não continuava?
Hoje dia dos namorados, criei coragem e perguntei.
Ele todo amoroso, solicito como sempre explicou:
- Meu amorzinho, eu só molho o dedo para virar a página.
Me dei como presente de dia do namorados uma solução. 
Colei as páginas do livro.
Se ele quiser mudar as páginas agora, vai ter que 
ficar molhando bastante tempo os dedos.

Augusto Servano Rodrigues
Enviado por Augusto Servano Rodrigues em 12/06/2007
Reeditado em 27/08/2007
Código do texto: T523672
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