A VEZ DA ERA TRÂNSFUGA...

Certamente, a estamos vivenciando...

A começar pela Natureza:
Os ventos, transtornados, de ares estufados, enroscam-se em si, sem conseguir fluir temperado,  equilibrados.
As águas, já não estão todas escorrendo, a natureza está transvazando, esvaziando de um lado, vertendo em outro.
E os solos, superficiais ou profundos, estão sendo transformados, havendo um grito nas entranhas, e todos nos abalamos, distantes ou presentes, ante seu rugido ameaçador, mas na real , também, é como uma fuga ...de dor.

E nunca se transbordou tanto desamor, passageiros embarcados nos oceanos...

Nunca se transmitiu tantas mensagens, cada vez menores, celulares, pulsando de seus interiores...”alô alô...tô aqui...e vc. onde tá?...”

E nunca se transudou tanto, de suor e lágrimas, na procura do amor...

Nunca se viu tantos transeuntes passando... andando...achados e perdidos...

Nunca houve tanta transmigração, à procura de espaços estranhos, que lhes assemelhem...

E todos querem transparecer, sentindo-se invisíveis, porém , a prioridade é fazer transluzir seus externos...

E aqui, há um paradoxo de transcendência: milhares, cada vez mais, necessitam firmar-se em suas próprias razões, sem esperar comprovação da ciência, buscando refúgio nas religiões.
De outro lado, há um desejo latente de milhares, de libertar-se de preceitos religiosos, fugindo, ou não aceitando sua mea culpa.

E, cada vez mais, veem-se transformistas imaginários, disfarçando suas naturezas...
Nunca aconteceram tantos desencontros de corpos e almas , buscando encontro nas paralelas finitas de iguais...transladando-se...
Desculpem, não posso conter uma gracinha maquinadada: nunca se ouviu tanto Homo dizendo “Te omo”, lavando desmanchando heterogêneos...

E nunca se transgrediu tanto, por não temer o veredicto da Justiça. Injustiçados clamam por ela. Contudo, muitos penalizados fogem dela, ante a penúria, de indignidade injustificada.

Nunca houveram tantas transferências, por inadequação das realidades, físicas, cargos, carreiras, almejando reais realizações.

Nunca se transplantou tantos órgãos biológicos, havendo agora vital necessidade de transplantar plantas orgânicas, repondo o plantio do passado.
Infelizmente, e diante de um efeito incógnito, assistimos a transmudação de alimentos, constatando, também aqui, a necessidade dos plantadores fazerem transparecer seus egos, projetando -se em seus produtos, colorindo-os artificialmente e os engrandecendo nas formas.

E como se enriquece fazendo transmutações de elementos químicos, para curar possíveis efeitos colaterais da transmudação dos alimentos...

Na política, é nítido, a olhos vistos , o transfugar...o lançar-se ao mar, vislumbrando marés mais cheias, porém, alguns irão morrer na praia, de cansados, enquanto seus barcos estão na deriva. Mas nem todos devem afundar, acharão seus rumos...
Surpreendendo, nunca se assistiu a tantas transfigurações de cidadãos, através do poder delegado por votos inocentes ou indecentes, proporcionando egos inflarem ao apogeu, como que olhando terráqueos das alturas.  No meu “tentar compreender”, a viagem que os faz embarcar, abraçados no “rabo do cometa”, é um simples fato, não atentado: o efeito que causa o som do pronome “vós” , ligado a qualidade excelsa, tratamento cobrado como lhes pertecesse de direito: “Vossa Excelência”...
Quem sabe? Não é a hora de os transportar para um som de efeito mediano: “Vossemecê”?...

Assim, transitando nessa era, nos assustamos...ante repasses de dor, de fome, de frio, de indiferenças e injustiças, mas, o comum a todos: estamos transidos de medo...

Desculpem o transcorrer frio...sugestionada pela Sra. Ruth do dicionário.

Vou acabar transliterando...baibai.