PRETENSÃO E LAMÚRIAS.

A vida de muitos transita entre lamúrias e pretensão. Muitos não vivem o que o destino lhes deu, e por vezes deu muito, algum conforto e discretas faculdades, inclinações muito acima do curricular e do visível na sociedade, desinformada em alto número, prenhe de muitas e inúmeras disfunções.

Deviam ficar satisfeitas as pessoas com a partilha dada pela natureza, já é bastante. Todos devem ficar agradecidos pelo que lhes foi dado, a vida é de decorrência no tempo e no espaço,circunstancial, intertemporalidade fenomenológica.

Não estamos em vão por essa passagem, cada um tem sua missão, definida. Mas não, saltam dessas pessoas, de suas convicções pretensiosas, em entrelinhas ou não, por vezes em explicitação literal e gramatical, que a inteligência média não consegue esconder, que deveriam ter reconhecimento universal pelo que são e fazem, ou serem algum dia assim reconhecidos, na posteridade, por seus dons. Como Gibran, reconhecido cem anos após sua morte. Mas era Gibran.

E essas pessoas quem são? Lamurientas que não aceitam suas vidas, sempre reclamando, e o sol brilhando. E as pretensiosas, estrelas cujo brilho é de palito de fósforo e pensam ser um inesgotável luzeiro.

Outras pensam, e pior, que são invejadas. Como se tivessem algo a invejar, quando não passam do comum. É aquela velha máxima, “pretensão e água benta cada um toma quanto quiser”.

Coitadas, são nada no mundo do pensamento, onde muitos que foram tudo nem são lembrados. MUITOS DE ENCICLOPÉDICO VALOR QUE ESSAS MENTES PEQUENAS DESCONHECEM.

Mas vivem essas pessoas nessa cegueira sem enxergarem suas estaturas,miúdas. São pequenas e sempre serão, muito mais pelos traços inegáveis de personalidades desavindas, negativadas ao sabor da egolatria. O mundo está cheio desses personagens, sob nossas vistas.

Qualquer aplauso de uns poucos se multiplicam como se declamassem seus cantos no Ópera de Paris ou no Scala de Milão. Imagina aqueles que acesso não têm às delicadezas do mundo ofertadas pela arte, que invadem sensibilidades e as apura. Muitos que têm condições materiais se tornam insuportáveis em exibicionismos ignaros, por inscientes serem em amplitude.

Podemos ter compaixão e comiseração dessas pessoas, mas não vai adiantar, nem devemos tentar colocar nos trilhos, até porque nada temos com isso, vão descarrilhar sempre, como notório.

DESSE PASSO SÃO ILUSTRATIVOS ALGUNS CONTOS ZEN.

“Mestre, aprendi que confiar nas palavras é ilusório, que o verdadeiro sentido surge através do silêncio.

Disse o Mestre: O eterno é completamente revelado.

Por que os homens precisam que lhes seja revelado o que já é de seu conhecimento?

Pelo simples costume de terem de aceitar suas existências como fatos consumados.”

É PRECISO ACEITAR A REVELAÇÃO DO QUE SE É, E COMO SE É. SEM PRETENSÕES DO QUE NÃO ESTÁ AO SEU ALCANCE.

“Um homem estava interessado em aprender meditação. Um velho Mestre o atendeu.

Bom dia meu senhor, eu gostaria de aprender meditação. Mas é muito difícil, procurei ler todos os livros e opiniões sobre o assunto. Estou aqui porque o senhor é considerado um grande mestre.

Então quer aprender meditação, leu muito sobre isso, disse o mestre.

Falou o mestre: vá para casa e faça o que vou dizer, NÃO PENSE SOBRE MACACO. Pense em tudo, menos em macaco.

Só isso, perguntou. Sim, disse o mestre, se for capaz.

Volte amanhã, disse o mestre. Horas mais tarde o homem voltou e bateu na porta. Você de novo? Disse o mestre. Sim desde que o senhor disse para não pensar em macaco, só penso em macaco, por favor, me ajude. Eu vejo macacos em todos os cantos.

COMO OS LAMURIENTOS, SEUS PENSAMENTOS ESTÃO FOCADOS SOMENTE NA NEGATIVIDADE, NO QUE NÃO DEVIAM PENSAR INSISTENTEMENTE, SÃO INCAPAZES DA VISIBILIZAÇÃO DE OUTROS ESPAÇOS.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 09/05/2015
Reeditado em 10/05/2015
Código do texto: T5236137
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