NOSTALGIA DE MAIO
Maio era um mês especial para mim: o mês do meu aniversário e, no seu segundo domingo, eu e meus irmãos e irmãs festejávamos com uma dobradinha festiva o dia das mães, quando a minnha saudosa e queria mãe estava viva, antes de Deus levá-la. Agora maio me causa apenas uma certa nostalgia que dói, admito, mas também é algo doce, até a saudade da nossa mãe é doce.
Herdei do meu saudoso pai a ideologia e a tal palavra empenhada. Mas na maneira de ser, na necessidade da alegria, no desejo de me comunicar, de fazer amizades, de ser ligado às pessoas do povo, puxei muito a minha mãe. Puxei a ela um pouco até na fisionomia e na cor morena da pele.
Não há um dia que não me lembre do meu pai e da minha mãe. Mas quando me lembro da minha mãe meus olhos se enchem de lágrimas, a saudade é grande demais. Há um pro´vérbio judeu que diz: "Deus não pode estar em toda parte, e por isso fez as mães". É vero. Acredito nisso. Ah, mãe, quanta saudade! Em maio essa saudade aumenta. Não resisto quando me lembro da dobradinha do dia das mães. Da dobradinha da saudade. Tenho todos os presentes que ela me deu no dia do meu aniversário, no dia quatro de maio. São parte integrante dos meus guardados, do acervo das minhas lembranças. São meu tesouro. Agora estou escrevendo e olhando para um quadro que ela gostava muito, um humilde barquinho navegando num lago. Como ela gostava desse quadro. Acho que ela está ness barquinho, lá no paraíso, junto com meu pai, navegando na eternidade.
Queria ter palavras próprias para homenagear minha mãe no dia das mães, sei que se trata de uma data criada pelo comércio para aumentar suas vendas, mas funciona também no plano da afetividade e da saudade. Não tendo, pois, talento vou apenas, com os olhos marejando, transcrever trechos de alguns autores, os quais minha mãe gostava muito, inclusive lembrando a sua mãe, sempre releio-os nessa época. O primeiro é um verso de Barreto Coutinho: "Eu vi minha mãe rezandoaos pés da Virgem Maria/ Era uma santa escutando/ o que a outra dizia". O segundo é de GibranKhalil Gibran: "A\palavra mais suave que os lábios humanos podem pronunciar é a palavra mãe. A mais bela invocação é mamãe! Uma palavra ao mesmo tempo pequena e imensa, cheia de esperança de amore de ternura. A mãe é tudo nessa vida: consolo na aflição, luz na desesperança, força na derrota. É a fonte da piedadee da compaixão. Quem perde a sua mãe perde um peito onde reclinar a cabeça, e uma mão que o abençoa, e um olho que o protege". Dom Ramón Angel Jara: "Uma simples mulher existe que, pela imensidão do seu amor, tem um pouco de Deus; pela constância da sua dedicação, tem muito de anjo; que sendo jovem, pensa como uma aniciã e, sendo jovem, age com as forças da juventude. Viva, não lhe sabemos dar valor porque à sua sombra tdas as dores se apagam, e, morta, tudo o que somos e tudo o que temos daríamos para vê-la de novo, e receber um aperto de seus braços, uma palavra de seus lábios. Não exijam de mim que diga o nome dessa mulher, se não qiserem que ensope de l´´agrimas este álbum: porquer eu a vi passar no meu caminho. Quando crescerem seus filhos, leiam para eles esta página: eles lhes cobrirão de beijos a fronte, e dirão que um pobre viadante, em troca de sutuosa hospedagem recebida, aqui deixou o rerato da própria mãe".
Que saudade da minha mãe! Origado mamãe.