Promessa é Dívida
Assim como o humorista Joselino Barbacena, nome atribuído a Antônio Carlos Pires, costumava dizer “quando eu era criança pequena lá em Barbacena, também eu, lá no meu sertão da Bahia, quando era criança pequena, costumava ouvir de meu pai que “promessa era dívida”. Dizia-nos que não prometêssemos nada que não pudéssemos cumprir.
Recentemente, vimos e ouvimos as mais diversas promessas feitas por uma das maiores autoridades do Brasil, causando agora uma grande decepção àqueles que nela confiaram. Ainda lembrando a orientação do meu pai, ele dizia que “ninguém é obrigado a prometer, mas, já que prometeu tem a obrigação de cumprir.” Assim pautei a minha vida, desde os sertões da Bahia até o litoral de Alagoas, onde hoje vivo, depois de haver percorrido quatro estados nordestinos, na minha trajetória profissional.
Não precisei pegar um pau-de-arara rumo a São Paulo, como fez um meu conterrâneo de região e ali galgou uma elevada trajetória política, chegando ao mais alto cargo da nação. Entretanto, como é voz geral, dificilmente um político cumpre tudo que promete. E não só deixa de cumprir, como também faz muito diferente daquilo que prometeu. Eis aí a razão do panelaço, como reação dos brasileiros, pela indignação do que está ocorrendo. É grande a dívida daqueles que prometeram o que não podiam cumprir. Diferente dos tempos de “Barbacena e do meu sertão da Bahia”, hoje temos de conviver com a enganação dos que pensam que todo brasileiro é idiota, prometendo uma coisa e fazendo outra. E a dívida só vem aumentando.