CÉU NOTURNO
Da janela do meu quarto ergo a cabeça ao alto e contemplo intimamente o cintilar de cada estrela da abóbada celeste por um breve instante. Sei que muito longe elas estão e que talvez nem mais existam, porém nos despertam profundas reflexões sobre o quão ínfimos somos diante da grandeza do universo que se revela aos nossos olhos toda noite. Quão dignos somos nós, humanos, em sermos aparentemente os únicos em centenas de anos-luz a maravilhar-se com o êxtase criativo de um ser superior ou com o acaso meticuloso que desafia a lógica dos seres mais racionais de nossa espécie? Descortinaremos o enigmático dossel de questionamentos que nossas vãs limitações nos impõe na compreensão de sua complexidade? Sei que não haverei de ter tempo em vida para ver minhas respostas serem respondidas, mas conformo-me em saber que há quem esteja durante horas à fio em busca delas. E certamente os homens de tempos vindouros terão novas percepções de uma noite estrelada qualquer.