VITRINES DE FAMÍLIAS NAS SALAS DE ESPERA E ANTESSALAS
O maior talvez 13 anos, o menor seis? Não, no máximo cinco.
Então o maior:
- Queres jogar? Só se chorares, dai te empresto o celular!
A cada provocação o pequeno jogava as costas no banco e todos que estavam sentados levavam uma sacudida. Provocação para cá, provocação para lá até que passa um havaiana voando pela sala de espera e ali ficou por alguns minutos, como se esperasse um menos avisado para um tropeço.
Na antessala seguinte a mãe e o tão rebelde conversam amorosamente e epa explica mais uma vez que o exame buscava saber onde estava a moeda que o de treze anos havia engolido.
Não, não era o mesmo que havia arremessado o chinelo, não era até que a porta se abriu e o examinado já saiu de lá lascando assim:
- O que este peste está mexendo no meu celular? -a resposta da mãe foi instantânea:
- Encontraram algum neurônio na barriga desse cabeça de vento? - o técnico somente sorriu e ela tornou à pergunta, respondida por outro sorriso.
Lá se foram os três e o tão amoroso já não tanto parecia um cãozinho raivoso chutando tudo que vinha pela frente e eu fiquei torcendo que aquela mãe seja verdadeiramente mãe.