DIA DAS MÃES - UMA MÚSICA, UMA ORAÇÃO, UMA CARTA

(ABBA)

I have a dream

a song to sing

to help me cope

with anything

if you see the wonder

of a fairy tale

you can take the future

even if you fail

I believe in angels

something good in

everything I see

I believe in angels

when I know the time

is right for me

I'll cross the stream

I have a dream

Em 1977 quando eu ouvia essa música através das ondas do rádio, o meu coração palpitava e sempre vinha à minha mente a imagem da minha mãe e uma saudade imensa dela. Ela havia nos visitado no inicio de 1972 com promessas de retorno mas não ocorreu.

Estávamos em plena estação da primavera e o fim do ano já se aproximava e é justamente nesta época que nós ficamos com a sensibilidade mais aguçada e a saudade das pessoas distantes acaba por aflorar da nossa alma.

Certa noite de calor primaveril, ao me deitar com o rádio ligado, um costume que mantenho até os dias de hoje, pensando em minha mãe, por onde ela andaria, se estaria viva ou não, ou como estaria, os acordes iniciais desta música” I Bilieve in Angels” soou forte e eu a ouvi por completo e novamente e o meu coração acelerou forte! Ao término da canção, sentei-me na cama e orei a Deus! Pedi a ele que me enviasse um sinal, qualquer que fosse, sobre o paradeiro da mãe. Devo ter conversado com Ele mais ou menos uns cinco minutos. Depois disso, peguei no sono.

No dia seguinte,ao acordar com o canto dos pássaros e galos, depois de tomar café e fazer as minhas obrigações domésticas, como regar o jardim da frente da casa, onde eu morava, na Rua Ruy Barbosa e varrer o quintal, fui para a calçada à frente da casa e sentei tomando um banho de sol. O meu amigo desde a tenra infância, José Martim, apelidado carinhosamente de Zetinho, se juntou a mim neste banho solar e começamos a falar sobre vários assuntos como futebol, e tantos outros. Comentei com ele sobre a minha saudade da minha mãe e da oração que havia feito na noite anterior pedindo a Deus uma notícia ou um sinal.

Enquanto comentávamos sobre o assunto o tio Jaime, o seu Jaime Santana, se aproxima de nós dizendo que precisava falar comigo. Ele tirou uma carta do bolso e perguntou-me se ela me pertencia. Não havia remetente mas havia o destinatário, cuja subscrição era: Maria Conceição. Maria da Conceição é a Rica, minha irmã! Falei.

Esta carta está parada no correio há mais de três meses! Justo hoje eu resolvi visitar os antigos amigos do correio e eles já estavam devolvendo esta carta. Para que possam entender melhor, nos correios de cidades pequenas ou de porte médio, muitos parentes distantes enviam cartas para seus familiares e como não se tem o endereço correto das pessoas, que moram nas roças ou vilas rurais, as cartas ficam em uma caixa sobre o balcão de atendimento do correio por mais ou menos três meses. Com este expediente as pessoas que visitam a cidade passam pelo correio e procuram cartas de parentes. Como a carta da minha mãe não tinha uma identificação de endereço e as pessoas não sabiam o real nome da minha irmã, e como não tínhamos costumes de usar do expediente de procurar cartas no balcão do correio, jamais receberíamos essa carta.

Segundo tio Jaime, não estava nos planos dele passar pelo correio. Como a um passe de mágica, veio lhe de repente uma vontade de dar uma passadinha no correio e ele foi acabou por mudar o seu destino, indo ao correio e chegando justamente na hora em que as cartas eram preparadas para devolução. Ele jamais havia analisado cartas para devolução depois que se aposentou,mas, desta vez ele pediu para verificar se havia alguma carta de alguém conhecido das roças, já que ele tinha um vasto conhecimento de moradores de fora da cidade, afinal de contas ele tinha sido um dos primeiros funcionários do correio de nossa cidade e foi analisando as dezenas de cartas que a endereçada para Maria da Conceição lhe chamou a atenção. Acho que é da Rica, irmã de Joãozinho. Nesta época, Rica estava em Brasília morando com a Beia, nossa irmã de criação.

Ao receber a carta eu a abri de imediato e deparei que de fato nossa e da minha mãe. Meu coração parecia querer sair pela boca e sambar sobre os paralelepípedos da rua. Zetinho comentou: Nossa a resposta de Deus veio até rápido de mais. Nela fiquei sabendo notícias da minha querida mãe.

Para esse dia das mães deixo uma mensagem de muita fé e alegria! Mesmo para aqueles que já não podem mais abraçar a sua mãe por ela já partido deste mundo mas devo afiançar que mãe, mesmo ausente fisicamente, sempre estará presente nas nossa vidas, na nossa almas, no nosso corpo, na nossa memória porque somos o seguimento da existência delas e isso o tempo e nem a morte jamais apagarão.

Para quem acredita em Deus, na oração, quando ela é feita com o coração, a resposta chega, não importando se é no tempo de Deus ou se é no nosso tempo mas chega! Oração é a melhor forma de falar com o Altíssimo! Não precisa de interlocutores e nem de redes sociais. Basta a sinceridade da alma e do coração! Para quem não acredita, a localização da carta da minha mãe pode ter sido apenas umas das coincidências da vida. Você é quem avaliará um lado ou o outro. Eu nunca tive dúvidas. Não foi uma coincidência: Foi uma resposta divina, e com base nela a minha vida acabou seguindo um caminho diferente que trouxe-me até aqui e agora para escrever este fato muito relevante na minha vida.

A TODOS OS FILHOS E A TODAS AS MÃES – EMOBORA TODOS OS DIAS SEJAM DIAS DAS MÃES – FELIZ HOMENAGEM NESTE DIA NOMINADO COMO DIA DAS MÃES.