E CASAMENTO QUASE NÃO SAI...

E O CASAMENTO QUASE NÃO SAI...

“Todas as tragédias terminam em morte e todas as comédias em casamento.”

(George Lord Byron)

Era uma vez um homem com 38 anos e uma moça com a metade da sua idade, ou seja, 19 anos de diferença. Encontram-se, por acaso, em uma parada de ônibus numa cidade do interior baiano. O homem vinha de outro estado para a Bahia e não é que o destino fez com que ele esbarrasse com essa moça, que da janela da sua casa olhava o ônibus que fazia uma daquelas paradas técnicas?

O homem, um namorador ou “um pegador” como se diz hoje, atravessou a rua e foi bater papo com a moça da janela. Mas, não é que o “cupido” o pegou de “calças curtas!. Foi amor á primeira vista. Antes do ônibus partir pegou o endereço dela e disse: vou voltar para casar com você.

E assim, começaram a se corresponder por cartas (único meio de comunicação na década de 50).

Voltando para o estado onde trabalhava passou pela cidade da moça e pediu a mão da moça em casamento e disse: daqui a um ano eu volto para casar.

O certo seria que o casamento fosse realizado na cidade da noiva, mas o noivo sempre que vinha à Bahia ficava hospedado em casa de uma irmã que morava na capital. Decidiu que o casamento teria que ser aí. Sendo muito autoritário não consultou a noiva e nem os seus pais. Decidiu e pronto. Aliás, ou casa “doce” para atrair casos pitorescos!

Marcada a data do casório ficou combinado que, cada um saindo da sua cidade, se encontrariam na casa da irmã do noivo.

A família do noivo como morava também numa cidade do interior baiano sempre ficava hospedada na casa da única da família que morava na capital. Todos chegaram para o evento. Todos à espera da noiva e familiares.

Chegou o dia do casamento e a noiva não apareceu. Naquela época os meios de comunicação eram precários. Sem a existência do telefone a comunicação ficava impossível saber o que acontecera.

Sem nada entender, o noivo andava de um lado para outro e dizia: “não caso mais”. E o seu cunhado, dono da casa, retrucava: “não quero confusão em minha casa”. A mãe do noivo tentava acalmá-lo, mas ele ia e vinha e afirmava: “não caso, não caso”!

Eis que no final do dia chegaram a noiva e seus familiares. Cansados, arrasados e molhados pela chuva que caía sem parar.

A noiva e seus pais viriam de avião, com o mal tempo este não decolou e vieram de ônibus, chegando na capital baiana no dia do casamento, à noitinha.

O noivo, ao saber que a noiva tinha chegada trancou-se em um quarto e sem querer ouvir explicações continuava repetindo “não caso mais”. Foram tantos os pedidos da mãe, da irmã, do cunhado que ele abriu a porta do quarto. Ao ver noiva ali na sua frente toda molhada e espantada com a situação, esqueceu tudo e ficaram aos beijos e abraços.

Para felicidade de todos, naquela época as igrejas não tinham aquela “fila” de casamentos, o padre aceitou fazer o casamento no dia seguinte.

Ufa! Que alívio! O casamento aconteceu e foram felizes para sempre!

Em 03 de abril de 2015

GSpínola

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Enviado por GSpinola em 06/05/2015
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