SHOPPING DA PRAIA
No térreo, há lojas.
Tem corredores pouco iluminados; não muito escuros, mas em relação a outros shoppings a iluminação deixa a desejar... E nele se disfarçam as rugas e se diluem os sonhos.
Três corredores não muito largos, cortados por dois menores.
No fundo, há dois elevadores para os escritórios; um deles, em constante manutenção.
À esquerda, tem venda de livros de autores desconhecidos num estande mal arrumado; não há Paulo Coelho, Rubem Braga nem Edgar Allan Poe.
Na loja de doces, há mulheres e homens debruçados sobre tortas de chocolate compensando a infelicidade.
Há mesinhas para o chope dos descansados.
Lembro do sorriso da tristeza no Shopping da Praia.
Os banheiros masculinos são sujos, em cujas paredes se vêem obscenidades garranchadas e recados com telefone.
A mesmice diária foi quebrada, ontem, pelo casal cansado de tanta hipocrisia... Aos gritos, um com o outro, mostraram seus corações em frangalhos.
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OBS.: Esta crônica está registrada na Biblioteca Nacional