"Voyeur"
Sábado é sempre um péssimo dia para fazer recordações, é
assim que surgem as besteiras cometidas na sexta-feira e
consequentemente acaba-se lembrando daquilo que provavelmente
fará no domingo e se arrependerá na segunda-feira.
Ah, quanta confusão! Não seria mais prático eliminarmos as
lembranças e pensarmos somente no que virá? Dúvidas que pairam na
cabeça de milhares de sádicos e extremistas: se eu deixar
para “f*d*r” amanhã aquele que posso “f*d*r” hoje, perderei um dia e
meus hormônios entrarão em parafuso!
Assim, entrei numa de observar a noite paulistana. Para
minha surpresa percebi que os homens fazem sexo compulsivamente,
como se desejassem marcar o seu território, ou até mesmo mostrar
para o seu colega que realmente é bom de cama. Já as mulheres, que
me perdoem as puritanas: estas evoluíram além da conta.
Mulheres são insinuantes, prestativas e até mesmo
solidárias: se doam de forma desmedida. Amor? Independe, o amor é
segundo plano, importante é satisfazer-se.
E ainda assim, a noite paulistana continua a me surpreender:
as meninas graciosas a brigarem na esquina, motivo aparente: um
novo cliente. Do outro lado, sem o reflexo das luzes, os travestidos:
pessoas alegres e extremamente solitárias estão a disputarem os
mesmos clientes que as meninas graciosas. Mas as meninas perdem
cada dia mais.
Continuo na noite paulistana, que já aponta um raio do
amanhecer: vejo um bêbado rindo à toa, um malabarista distraindo-se,
um outro caído no chão–Acidente? Assassinato?- não sei.
Um casal se beijando na praça, as mãos incontroladas que
desvendam todos os mistérios: o público sou eu! Um vouyer da noite,
do sedutor e do obscuro.
Volto pra casa cansada, fadigada e animada. Amanhã não
vou me arrepender daquilo que farei no outro dia, assim farei dia após
dia.
*Neste dia, adormeci com meus olhos ligeiramente abertos (segundo constatação de minha mãe). Acho que devo ter sonhado algo ....bão!!!
Dizem que sou sonhadora, subjetiva e outras tontices... confesso que vivo minha vida como se fosse um conto de fadas... onde o fim depende apenas de quem o lê...
Chega de justificar....
Obrigada aos recantistas pelos comentários, principalmente àqueles que me orientam ... Abraços