NO DIA DAS MÃES, FETO E AFETO
Prof. Antônio de Oliveira
antonioliveira2011@live.com
Feto, todo o mundo sabe o que é. Pois bem. O amor materno germina igualmente no início da concepção, brota, expande-se, traduz-se efetivamente em afeto. A partir do embrião, princípio, origem, gênese, nascente inicialmente minúscula, o feto se desenvolve, encontra o caminho da vida. Passa a ter, então, nome próprio, com letra inicial maiúscula.
Minha filha está grávida. Assim, neste Dia das Mães, em busca de uma reflexão viajo, em espírito, especulando efetiva e afetivamente. Especulando uma relação de dentro para fora, do seio materno para a aurora da vida. Com efeito, à primeira vista, aparentemente pelo menos, a palavra feto não tem nada a ver com afeto. Contudo, rimando feto com afeto, acrescento um “a” no início da palavra feto e, harmoniosamente, tudo se encaixa na rima do poema vivo do amor materno: feto e afeto. Afeto de mãe e feto brotam do mesmo nascedouro, o corpo da mulher. O feto provém do útero; o afeto, do coração. Uma simbiose perfeita de entendimento íntimo entre carnal e espiritual, entre feto, mãe e afeto.
Sexo é animal, amor é divino, canta Rita Lee. Nesta vida se associam, quando não se fundem, o sublime e o grotesco, o clássico e o popular, prosa e poesia, isso e aquilo, amor e sexo, letra e música. Na verdade, tudo depende do olhar. Do visgo que me prendeu dentro do seu olhar, diz a canção. Quando eu mergulhei no azul do mar, sabia que era amor e vinha para ficar. E ficou. Tanto ficou que ela se tornou mãe. E mãe uma vez, mãe para sempre; mãe duas vezes, três vezes... avó, bisavó...
Dito isso, hoje quero reforçar minha homenagem às mães. Em geral se propõe um caloroso bom-dia. Por que não dar também um caloroso boa-noite a quem nos deu todas as noites, inclusive perdendo noites de sono? No caso de mãe falecida, para quem, um dia, no dia seguinte não houve outro dia, vale uma prece por todos os dias que ela nos deu.
E assim, com muito afeto, digo: Feliz Dia das Mães!