NO CANTO DOS MEUS OLHOS

Hoje fui chamado para dar alguns esclarecimentos da flexão desta personalidade emanada aos 13.02.1990 no Zambizanga e registado em Viana aos 04.07.2002. Distração dos progenitores? Desinformação? Falta de vontade para o efeito? Serem ou não serem estes os casos, pela vontade duma parte constituida teológicamente numa só carne, fui registado. Sangue, suor e lágrimas foram derramados na perspectiva de aumentar o tempo de existência no universo como membro activo ou não do mesmo. Efeito surtido no subúrbio definido pela química da vida. No vigésimo quarto ano de existência, perguntaram-me se era feliz. Felicidade! Se o homem é um projecto que encontra a sua realização em todas as suas obras e esta realização é a auto-satisfação, o seu bem-estar, a sua paz, a sua felicidade, então cada um é feliz enquanto faz e cumpre a sua missão. Apesar de ser nula a dependência humana da felicidade, os mesmos são contribuintes activos no carregamento da carga eléctrica que desemboca na felicidade na medida humana. Não se fez o trabalho de casa. Sendo assim, a minha resposta foi negativa. Mais uma existência gerada na tormenta do mar!

Controvérsias e desisões incertas atrofiaram-me nas noites frias em que precisava da orientação de um ser não fracassado no círculo de contusões. Em volta disso, busquei a minha própria personalidade, a minha identidade e deitei os outros eus. Fisguei nos cantos dos meus olhos ``um ser rosto dos outros´´.

Na afirmação deste rosto têm surgido factos que me deixam embalado na melancolia que reduz a força motriz da concretização dos meus objectivos. O que fazer? Como fazer? Com quem contar? Que certeza há? Onde ficar? Que personalidade se vê no canto dos meus olhos? Um… ladrão?

A química da própria vida é o factor definidor de tudo. Na busca de uma felicidade interior na medida humana, faço apenas aquilo que acredito.

Autor: Custódio Sanguende

25.04.2015

15h:07min