Descobrindo mundos
Descobrir o mundo é uma tarefa que nunca deixaremos de fazer. Engana-se quem pensa que somente crianças sentem essa necessidade desmedida. Adultos também, mas poucos se propõem a isso. Falar de mundo chega a ser limitante, afinal de contas existem muitos mundos desconhecidos dentro de outros, como se fossem uma matriosca.
Estava na estação do metrô, quando duas crianças, - vendedoras de doces - curiosas e de olhar atento e ao mesmo ingênuo, estavam cochichando e rindo timidamente. A segurança se aproximou e avisou a elas que não poderiam passar da linha de segurança. Depois do aviso vieram as curiosidades e as perguntas de quem estava descobrindo algo. Perguntas respondidas, surpresas vieram, ao passo que o trem se aproximava para pegar as pessoas. Uma descoberta, um novo mundo. Este parágrafo não tem a intenção de impor a cada um uma "caça a um novo mundo", mas para chamar atenção de que toda descoberta alheia pode também ser a nossa ou de que pode nos ensinar através do outro. Nem preciso dizer que achei bonita a educação, atenção e a paciência da segurança. Ela não as tratou como duas crianças largadas ou suspeitas. Essas atitudes me mostraram que ainda existem pessoas humanas.
Pequenas descobertas acabam se tornando grandes mundos. Que é um mundo? Tudo aquilo de bom que descobrimos, vivemos, sentimos e guardamos em nosso particular, para que depois possamos passear por lá.