Momento usineiro
Na linguagem malagútica, acho que seção Contos da Usina de Letras, deparo-me com 'minúncia', que os Aurélios e Houaiss da vida tendem a ignorar. E por ene razões. Mas não padeçamos desses pruridos puristas: a língua é viva e vivendo a inventamos, a recriamos e a reciclamos.
Algumas coisas pegam, outras negam. E outras até, o Machado, cegam.
Não bastasse o notório descaramento com que o FMI trata os fu(n)didinhos, ou mais politicamente correto, os chamados países em permanente (sub)desenvolvimento, sempre a lhes exigir que caprichem no chamado 'superavit primário'- que não é outra coisa senão aumentar a arrecadação de impostos, agora parece que querem nos escarnecer de vez: está sendo feita uma mobilização maciça em torno de um novo
nome para dirigir essa instituição a quem os banqueiros devem tanto - favor, só. E o nome do candidato, espanhol de nascimento e fato é Rato. Rodrigo Rato.
Verdade que 'rato' em espanhol quer dizer 'momento', porquanto o temível roedor não é rato e sim 'ratón'. Mas como nos convencer das virtudes e da equanimidade do novo homem? Ainda que só um tiquinho?
Quem sabe, leiam a Usina, nos considerem, e, pra dar um bem brasileiro jeitinho lá colocam ao invés do Rato, o Ratinho? E deixem a gente com os pastores e novelas, que já é um inferninho.