Baselitz, o tosco?
Era tosco. A mãe teve-o num lugar inóspito em precariedade total. Por falta de água limpou-o como pode e vestiu-o de ternura. Quando se achou só para tomar a sua parte do mundo não sabia os códigos de boa conduta social e tudo lhe pareceu com racionalidade discutível. O desacerto fez com que a comunicação do seu pendor artístico se traduzisse com uma terna raiva, à revelia do que a maioria pensava, sabia, acreditava ou fazia. Só pelo coração se lia a sua obra arrancada da matéria com desacerto desesperado. Dizia tudo ao contrário e o amor crescia por dentro das atitudes, avesso do que parecia, tão grande, tão terno, tão puro que até mesmo a porção pobre do que lhe coube se tornou ouro. A obra que sangrava contra a suavidade falsa era, afinal, limpa, doce, terna. Sem verdade factual eu gostaria de, assim, explicar Georg Baselitz, Pintor e Escultor alemão, nascido em 1938. Isto porque ninguém costuma aceitar resultados sem conhecer os dados da fonte, sem conferir as parcelas, sem pedir a confirmação a peritos dos EUA onde ele é conhecido como neorrealista. Por cá dizem que é pós-moderno. Eu prefiro dizer que, à margem das etiquetas ele tem uma genuína forma de amar.