Tudo é muito frágil!

Há muitos seres humanos que criaram a ilusão de que são mais fortes do que outros. Digo ilusão porque nenhum ser humano é realmente forte. A nossa força é ilusória.

Fico olhando as notícias sobre terremotos, maremotos, ventos arrastando casas e destruindo milhares de seres humanos. Casas são destruídas; vidas são destruídas; sonhos são destruídos em menos de um minuto. Pensamos estar muito bem e, de repente, acontece um acidente, e tudo se transforma em nada. Planejamos, sonhamos, idealizamos e, de repente, acontece um infarto. Onde ficam os nossos sonhos? Onde ficam os nossos planos? Onde ficam os nossos ideais? Onde está a nossa força?

Mais cedo ou mais tarde, todos nós teremos o mesmo destino. Ficaremos em um lugar bem escuro, sem as pessoas que amamos, sem ninguém para nos fazer companhia. Ficaremos sem poder ver a luz do dia, sem “sensações”, para citar Epicuro. Estaremos em uma cova sem poder fazer nem sentir mais nada. Cada pessoa estará sozinha. Absolutamente sozinha.

Onde estarão os meus livros quando eu morrer? Com quem ficarão? O que as pessoas farão deles? Onde estarão os meus sonhos, os meus projetos, os meus ideais, os meus princípios? O que farão com tudo o que eu disse e fiz nesta vida? Calma! Eu ainda quero viver muito. Mas o que farão com tudo o que eu disse? Se pegarem apenas uma frase polêmica escrita por mim, terão fundamento para dizerem que eu fui um homem arrogante. Se virem os meus escritos espirituais e poéticos, terão razão para dizerem coisas boas sobre mim. Por causa da minha poesia, eu já fui chamado de anjo, encantador, querido, estimado, humilde, humano, surpreendente, perfeito. Tudo dependerá do que usarem para falar sobre mim. Mas eu ainda quero viver muito. Que Deus me ajude.

No fim, os meus conhecimentos não servirão para nada. As minhas ideias não servirão para nada. O meu amor não servirá para nada. Os meus sonhos não servirão para nada. A minha impaciência não servirá para nada. As minhas polêmicas não servirão para nada. As minhas dúvidas e certezas não servirão para nada. Mas ainda posso sonhar. Com o quê? Não sei. Sonho com a realização dos meus sonhos, dos meus ideais, que não são sonhos nem ideais apenas para mim. Que sonhos? Que ideais? Ainda continuo sonhando; pouco, mas sonhando, enquanto eu viver.

Que faremos quando não pudermos fazer mais nada? Que faremos quando não estivermos mais aqui? Que perguntas infundadas! Que perguntas sem sentido! Não faremos nada, é claro! Não poderemos fazer mais nada.

No fim, a nossa sabedoria ou ignorância, o nosso amor ou ódio, a nossa compreensão ou incompreensão, a nossa riqueza ou pobreza, a nossa suposta feiura ou beleza, a nossa cor, nada disso servirá mais para nada. Na verdade, eu volto atrás: o nosso amor servirá. Ele poderá ser algo a ser reconhecido, enaltecido e seguido por outras pessoas; por aquelas que ficarem aqui. Mas, no fim, ninguém estará mais aqui.

Na verdade, tudo o que é humano é muito frágil. Só Deus é forte. Só Deus É.

Não nos desesperemos! Mas busquemos o essencial. Vivamos buscando o essencial. O que é o essencial? Conversemos com o nosso interior e busquemos as respostas dentro de nós. Como dizia Agostinho: “Não queiras ir lá fora! Volta-te para ti! No interior do homem mora a verdade”. A verdade é Deus. Deus é a verdade.

Domingos Ivan Barbosa
Enviado por Domingos Ivan Barbosa em 25/04/2015
Código do texto: T5220332
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