HOUVE UM TEMPO

HOUVE UM TEMPO,

Que deixei tudo acabar, pois me faltava forças, para lutar, lutar por aquilo que era tão somente meu, meu, mas que me foi tomado. Deixei-me abater, sofri, chorei, e o tempo, reconstruiu-me, sim o tempo, ele me fez juntar os pedaços de mim, coloquei-os em uma super cola, e levantei, fiz de tudo aquilo uma capa de resiliência, e continuei a caminhar a seguir minha estrada da desilusão.

HOUVE UM TEMPO,

Que gritava o vento, palavras soltas, e suplicava que elas chegassem aos ouvidos de alguém, alguém que como eu também estava assim, fragilizado, sozinho, que pudesse escutar com o coração minhas súplicas de amor. Que desejasse como eu alguém com tanta intensidade, para que se sentisse forte e inatingível e ao mesmo tempo pudesse sentir-se acolhido, acarinhado e amado em plenitude.

HOUVE UM TEMPO,

Em que me calei, fechei-me como concha, quantos sussurros e gemidos foram por mim suprimidos, quantos afagos ficaram reservados em minhas mãos, quantos abraços e beijos desejados, quantos, quantos, quantos. Apenas o torpor e a letargia de minha consciência que apenas deseja apagar todo esse sentimentalismo, já que em nada resultaria.

HOUVE UM TEMPO,

Que livros, revistas, televisão, nada trazia a concentração ou prendia minha atenção, já que em meus devaneios, apenas visualizava o óbvio, e o que era o óbvio nada mais do que o entendimento da plena e conformada situação em que minha alma se encontrava, que saltava-me diante dos olhos, já que o pensamento imposto pela minha cabeça, apenas se concluía retirando as expectativas de um sortilégio maior.

HOUVE UM TEMPO,

Em que a solidão me incomodava que eu acreditava que ficar só fosse à solução, mas a vida toma rumos e rumos, de repente, acontece um envolvimento, uma nova possibilidade, um novo romance, romance, será que pode ser assim chamado, o que vivemos de romance? Um conto de fadas? Não nada de contos, nem de fadas, nada de planos, nada, nada. Momentos apenas bons e bonitos, mas eu preciso mais, preciso da individualidade, preciso do respeito, da presença, do afeto, da fidelidade da lealdade, da cumplicidade, preciso de tudo isso, porque é tudo isso que também quero e tenho para dar.

HOUVE UM TEMPO,

Será que houve esse tempo, ou será que ainda há tempo, e se houver, o que está faltando para ser aproveitado, para que possamos não perder esse tempo. Administrar este tempo é necessário para nossas vidas, ele é fundamental para nosso desenvolvimento pessoal, para nosso convívio, já que não nos resta assim tanto tempo. Devemos fazer valer cada momento da nossa história, dos nossos sonhos, conseguirmos fazer com que ele seja produtivo. Lutar para otimizar esse resto de tempo e assim o valorizarmos em prol da vida, da nossa vida, pois esta está nas mãos de Deus, e este mesmo Deus é o dono do tempo.

HOUVE UM TEMPO.

Negra Poetisa (Maria dos Anjos Costa)
Enviado por Negra Poetisa (Maria dos Anjos Costa) em 25/04/2015
Reeditado em 25/04/2015
Código do texto: T5220175
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