SHERLOCK DE ARCOVERDE
Nos anos 50 e 60, em Arcoverde, acho que em todo o nosso interior, era até moda fazer cursos por correspondência, eletrônica, desenho, corte e costura, contabilidade e o escambal. O instituo dava até diploma que era emoldurado e colocado na parede de casa. Fiz o de contabilidade, ainda tenho o diploma. Mas um personagem da cidade, apelidado de Panã (não sei o motivo) era doido pelas história de Sherlock Holmes e resolve fazer o curso por correspondência de detive particular. Ficou fascinado, além do diploma veio cartão de apresentação, lupa, luvas, cadernos e claro a carteirinha de detetive. Ele botou até escritório e um anúncio no Serviço de Alto-Falantes Bandeirante (a rádio da época).
Algum tempo depois assaltaram à noite o Palácio das Jóias, uma loja que vendia relófios, pulseiras, colares... Era de Seu Leandro Galdino. Foi aquele rebuliço na cidade. A polícia foi ao local bem cedinho e muita gente. A curiosidade era geral. Nisso, óbvio, pintou no pedaço o detetive Panã, devidamente trajado e equipado com um gorro a la Sherlock, capa, botinas lustrando, de luvas, com a lupa na mão, nos trinques. Abriram alas para ele, o sujeito começou a examinar o local e aí viu a corda descendo do teto onde os ladrões tinnham afastado algumas telas. Riu e disse: "Elementar, meu caro Galdino, resolvi o caso, os ladrões entraram por essa corda, afgora é só prendê-los!". O proprietário estava arretado mas como a maioria dos presentes começou a rir. Ninguém agentou, mas Panã não entendeu, chegou a mandar depois por um moleque cobrar seus honorários.