Uma questão de Liderança

"Boa noite, pois: dormi para ganhardes forças para a amanhã. Porque a amanhã virá. A luz brilhará mais viva para os corajosos e os dedicados, misericordiosa para os que sofrem pela causa, gloriosa sobre as campas dos heróis. Assim brilhará a aurora"

W. Churchill

Frase dita numa transmissão radiofónica nocturna para toda a Europa numa altura em que o nazismo estava a um pequeno passo de ganhar a guerra, em que tal parecia uma mera questão de (pouco) tempo, frase dita no auge do Blitz a Londres (onde por noite morriam milhares de civis, algo nunca visto na história da civilização até então), frase dita quando se começou a saber dos campos de concentração e de outras atrocidades cometidas pelos nazis nos países ocupados.

Esta frase, vinda daquele que porventura foi o mais inspirado de todos os Líderes, inspirou a resistência britânica, inspirou a resistência ao vencedor por toda a Europa, e foram frases como estas que ajudaram a derrotar o pior mal que já tocou a humanidade.

O que nos faltam hoje, nestes tempos de uma crise que parece interminável, e não meramente temporária, o que nos faltam pois, além das ideias, são líderes que nos façam ultrapassar a crise, que nos inspirem a superá-la, líderes honestos que nos façam acreditar neles, que nos façam segui-los, não líderes que parecem não saber lidar com ela, ou antes interessados no seu prolongar...O que poderá estar em causa é a nossa civilização, o futuro desta, porque nada se constrói em cima de nada, nada se constrói sobre o vazio, que é o que temos na actualidade: políticos a governar sem o saberem fazer, ou a governar para meia dúzia de eleitos e não para as nações que os escolheram, porque as civilizações só prosperam quando possuem Líderes que as saibam guiar rumo ao futuro, não com Líderes vazios, que de Líderes só possuem o nome e não o sentido que homens como W. Churchill lhe soube tão bem dar…

Nota: no auge dos bombardeamentos a Londres foram evacuadas para o campo mais de 500 mil crianças, no entanto a família real deu o exemplo e ficou em Londres (o palácio de Buckingham chegou a ser bombardeado...), os membros do governo ficaram também na cidade. Hoje os Líderes seriam os primeiros a fugir, não se queimando, mas assistindo de longe (e em locais bem confortáveis) ao incinerar daqueles que era suposto liderarem, voltando apenas quando se soubessem seguros, voltando para governar sobre as ruínas a que a sua inércia, ou a sua inépcia originou…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 24/04/2015
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