Olhos em si
Como um dia ao Sol amarelo, olho na profundidade da vida. Que tal seja de receber com eficácia, palavras que vivem ao longe, mas que se aproximam demais para não estarem num cotidiano além. Rastelo de minhas folhas mentais que se esquivam do aceitável como lúcido, para quem está mais dentro que fora desse gramado inconsciente que tanto me diz.
Ser feliz é tarefa de todos, mas a dádiva dessa conquista também mora no limiar do que é natural. É preciso estar mais aqui do que lá no campo comportamental. Seja funcional o somatório da vida para quase todos, levamos nessa nossa carga, todo defeito de estar com o pé mais no ar do que no chão. E isso é nada, senão, uma luta de densidades.
Viver não é do jeito que pode ou não pode. É jogo de disputar e receber o recado que tanto nos é dado em toda decisão. Prisão de algo que ainda nos elucidará com a verdade suprema, maior que as ínfimas diferenças distribuídas entre nós. Quem chegou, e desembarcar de suas placentas, precisará em muito breve, olhar em volta como o “Tal”. Terá de olhar-se enxergando o todo, sem de modo algum perder vistas de si.