Mensagens que edificam - 51

Qualquer possibilidade que me seja atribuída, para num momento de introspecção, viajar para o meu interior não será jamais desperdiçada. Podem alguns rudes designar isto, equivocadamente de "desenterrar defuntos", para mim entretanto, será uma chance de avaliar minhas atitudes presentes, passadas e também futuras. Remontar o que se foi não implica em querer trazer de volta o que não mais existe, mas se valer do poder de analisar acertos e deslizes como conceitos de novos valores. O meu passado não está enterrado, nem minha memória tem atributos sepultativos. Tudo que me ocorreu faz parte do texto da minha história e qualquer facto isolado é um contexto de cada capítulo que narra a minha trajetória. Se eu não puder narrar um acontecido sem me envolver por sentimentos, aparentemente reprimidos é porque não estou liberto e o que vivo agora é uma simplória falsidade que não traduz a minha realidade. A minha capacidade de recordar será vista e tida como um momento de reflexão isento de qualquer apego sentimental quando a minha sanidade transmitir a segurança da minha emoção. Há quem diga que recordar é viver, todavia é preciso observar que esta tal vida já não arregimenta os meus passos nem predomina os meus atos. Neste emaranhado de histórias a contar, e todos tem, é preciso saber ser narrativo com a força natural da imparcialidade. Não somos vetados de relermos páginas passadas, lembrando sempre que se são passadas já não exercem influência no nosso presente. Também é sabido que não ter memória é ser desprovido de cultura, e não importa a circunstância e a altura, sempre que necessário faça uso do seu poder introspetivo para ser resolutivo em questões onde o observar um erro de ontem, determine que o seu hoje seja a interpolação de uma experiência que te fortalece. Ninguém gosta de cometer o mesmo erro duas vezes. Se o teu passado tiver que ser relembrado que seja para te deixar mais convicto e arrojado, e por outro lado saber que todo dia é dia escrever um novo capítulo sem ter que ser nostálgico.

Lael Santos
Enviado por Lael Santos em 21/04/2015
Código do texto: T5215032
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