ME SINTO ENGANADA!
Eu gostaria de escrever sobre coisas bonitas, sensíveis, delicadas; coisas que enchessem os olhos e alegrassem o coração, que deixassem a vida mais leve. Gostaria de falar de flores, de amores, de bons valores. E eu poderia, sei que poderia. Não sei, porém, se é porque o domingo me traz nostalgia; se é porque, hoje, sinto uma espécie de agonia; se são as ilusões que desgastaram. O nó na garganta insiste em não se dissolver, a lágima truncada faz o peito doer e a mente se fecha para o sabor da palavra bonita.
Eu lembro da esperança que motivou minha juventude e, ao olhar mais à frente, a vejo machucada, de asas mancas e quase de muletas. Se sonhei, se esperei, se acreditei demais, não sei. Mas sei que sonhei e que acreditei. Afinal, eu vivi a fase em que o Brasil era um País predominantemente de jovens, esses mesmos que hoje, como eu, são a madureza carregada de experiências, de alegrias e de fracassos. E nós acreditamos nos líderes daqueles movimentos que, como um vulcão, sacudiram as idéias e nos fizeram crer numa sociedade comum a todos, num País mais justo e igualitário. Ledo engano! Os ídolos eram de barro e preparavam uma sociedade comum a eles, uma sociedade onde uma minoria reinaria impune, gozando de todas as vantagens, deixando a maioria excluída das decisões e dos direitos. Hoje os egos inchados caminham em cima da tirania, ignorando a multidão de excluídos.
Por isso, não consigo, neste instante, escrever sobre o belo. Me sinto triste ao lembrar dos sonhos e das esperanças que nortearam minha juventude como ser social e político. Me sinto enganada!
Giustina
(imagens Google)Eu gostaria de escrever sobre coisas bonitas, sensíveis, delicadas; coisas que enchessem os olhos e alegrassem o coração, que deixassem a vida mais leve. Gostaria de falar de flores, de amores, de bons valores. E eu poderia, sei que poderia. Não sei, porém, se é porque o domingo me traz nostalgia; se é porque, hoje, sinto uma espécie de agonia; se são as ilusões que desgastaram. O nó na garganta insiste em não se dissolver, a lágima truncada faz o peito doer e a mente se fecha para o sabor da palavra bonita.
Eu lembro da esperança que motivou minha juventude e, ao olhar mais à frente, a vejo machucada, de asas mancas e quase de muletas. Se sonhei, se esperei, se acreditei demais, não sei. Mas sei que sonhei e que acreditei. Afinal, eu vivi a fase em que o Brasil era um País predominantemente de jovens, esses mesmos que hoje, como eu, são a madureza carregada de experiências, de alegrias e de fracassos. E nós acreditamos nos líderes daqueles movimentos que, como um vulcão, sacudiram as idéias e nos fizeram crer numa sociedade comum a todos, num País mais justo e igualitário. Ledo engano! Os ídolos eram de barro e preparavam uma sociedade comum a eles, uma sociedade onde uma minoria reinaria impune, gozando de todas as vantagens, deixando a maioria excluída das decisões e dos direitos. Hoje os egos inchados caminham em cima da tirania, ignorando a multidão de excluídos.
Por isso, não consigo, neste instante, escrever sobre o belo. Me sinto triste ao lembrar dos sonhos e das esperanças que nortearam minha juventude como ser social e político. Me sinto enganada!
Giustina