Corrupção nas Obras Públicas
Assim como Cristo disse “Eu não falo por mim, mas pelo Pai que me enviou”, também nesta crônica eu não falo por mim, mas pelo que li numa entrevista de um governador. Parecendo bem intencionado em tocar obras no seu Estado, declarou-se estarrecido com o vício das empresas que prestam serviço ao governo, sempre na ânsia de sangrar o erário. Pelo procedimento da maioria, achando que tudo tem de ser superfaturado, aquele que quer trabalhar seguindo os princípios da racionalidade, encontra os maiores entraves administrativos. Não foi à toa que um atrevido empreiteiro declarou publicamente: “se não for assim não se coloca uma pá de cal”, insinuando que “se não houver propina, o serviço público não anda”.
E as licitações?
Elas existem exatamente para privilegiar o menor preço. Mas quem disse que não há um complô na formação de Cartel?
O menor preço para o serviço público ainda é maior do que qualquer outro para o particular. Pressupõe que sendo o serviço público administrado por políticos, os empreiteiros acham que “ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão”. Eis aí o pecado da generalização, ao admitir que qualquer governante é corrupto. E esse é um tabu difícil de ser quebrado por falta do bom exemplo. Quando se quer acreditar, eis que surgem os motivos mais escabrosos na administração pública. Um “belo” exemplo foi mostrado logo em Brasília, na sede do poder, onde prédios públicos aparecem degradados. Falta de dinheiro ou de gestão?
Como diz a cantiga da perua, “é de pior a pior”.