POBRES E RICOS.

O eterno divisor da humanidade que fez número infinito de teorias e doutrinas que igualariam todos. Meta impossível de harmonizar que gerou e até hoje gera toda sorte de contendas, conflitos. Pode-se dizer que desse pêndulo, como o de Maniqueu, todos os pecados decorrem, o bem e o mal.

O notável Ghandi mostrou a chave para abrir esse segredo de forma clara,nada melhor.

"Não posso antever, o dia em que nenhum homem será mais rico que o outro. Mas posso imaginar o dia em que os ricos rejeitarão enriquecer à custa dos pobres, e os pobres deixarão de invejar os ricos. Mesmo no mais perfeito mundo imaginável será difícil evitar desigualdades, mas podemos e devemos evitar conflitos e amarguras.” Ghandi.

Não conheço nada tão próprio para sinalizar o pobre e o rico e suas possibilidades de viverem com dignidade. As pessoas não são e nunca serão iguais como dons e inclinações, e isto não deixa que os mais dotados deixem de organizar de alguma forma a sociedade para os menos dotados dentro de suas atividades.

Nenhuma política séria erradicou a pobreza, nem erradicará em continentes e demografias excedentes. Os testemunhos desfilam sob nossos olhos e estão registrados na história

“O desequilíbrio entre ricos e pobres é a mais antiga e a mais fatal das doenças das repúblicas”, deixava claro Plutarco. E sempre será, digo de minha humilde observação.

Práticas humanas faliram em seus objetivos para os de boa vontade se absolverem do pesado fardo sobre o tema dos pobres.

Os problemas da deserdação da sorte de uns e da fortuna de outros são preocupação intelectual que atravessa os tempos sem solução.

A Bíblia, com mais força em nossos dias, dá aos pobres que sofrem a recompensa após a morte. São os eleitos de Deus, uma equação resolvida e que invejaria de outra forma os ricos, para quem as portas do céu estão fechadas biblicamente.

O darwinismo social, viu e vê na natureza o afastamento para melhorar a raça.Uma pretendida cena de difícil aceitação a não ser para especiais que ficam por deficiência pelo caminho.

Em “Uma Investigação sobre a Natureza e as Causas da Riqueza das Nações”, Adam Smith,organicista de nota, dá nascimento à solução do problema da pobreza.

“Por princípio de utilidade”, Bentham afirma que “se deve entender o princípio que aprova ou desaprova qualquer ação realizada em função de sua tendência a aumentar ou diminuir a felicidade da parte cujo interesse está em jogo”. É o utilitarismo onde vejo,também, barreiras naturais.

A virtude deve formar consciência. Convívio de um pequeno número de ricos e um grande número de pobres alcançava justiça conseguindo distribuir-se “o maior benefício possível para o maior número possível de pessoas”.

A sociedade agiria com justiça e a entrega e aceitação dos ricos impunha-se o que faria a felicidade de pessoas, atitude muito difícil para os ricos.

Thomas Robert Malthus creditava aos pobres a culpa, isso se devia à sua fertilidade exagerada e à sua luxúria incontrolada que os levava a proliferar até o limite dos recursos disponíveis. Essa a mecânica censurada, a barreira aos hormônios ou seu controle.

Malthus afirmava que a natureza não colocou um banquete de alimentos para servir a todos e o problema estava na cama dos pobres. Seria um retrato de hoje da natalidade irresponsável debitada também aos Estados.

A seleção natural para melhor, de Herbert Spencer , via na vida econômica semelhança com o desenvolvimento biológico, a regra suprema era a sobrevivência dos mais aptos, proposição similar a de Charles Darwin. A eliminação dos pobres era o meio usado pela natureza para melhorar a raça. A qualidade da família humana é reforçada pela desaparição dos fracos e dos deserdados.

John D. Rockefeller, o primeiro dos Rockefeller, cunhou esta expressão: “A variedade de rosa ‘American Beauty’ não pode ser produzida com o esplendor e o perfume que encantam aqueles que a contemplam sem que sejam sacrificados os primeiros botões que surgem. O mesmo vale para a vida econômica. Não é nada mais do que a aplicação de uma lei da natureza e de uma lei de Deus.”

Associaram assim à Lei de Deus, uma discriminação latente e repugnante, ainda que em cena uma realidade constatável.

OS BOTÕES QUE NASCERAM, NASCERAM, E QUEREM VIVER, TÊM ESSE DIREITO, NÃO PEDIRAM PARA NASCEREM. VALHA PARA TODAS AS OUTRAS DOUTRINAÇÕES.

É preciso evitar a verdade dos fatos, parcial, RELATIVA, muitas vezes para não ser cruel e injusto.

Essa crueldade com fundamento no darwinismo social recebeu condenação no século XX. Toda ajuda pública aos pobres representava um obstáculo ao funcionamento eficaz da economia.

A ideia de ajudar os pobres economicamente continua presente e com mais força nas cartas políticas. O assistencialismo é uma verdade universal-estatal.

Infelizmente tem um sabor associativo político menos desejável.

Dos pobres afirmar que as formas de auxílio público têm efeito negativo sobre a sua disposição para trabalhar, é relativo. Muitos pobres procuram emprego e não conseguem, por desqualificação ou pura falta do mesmo. E muitos pobres trabalham em condições precárias, se locomovem em conduções precárias, mas trabalham.

É uma negação psicológica estabelecer determinadas diferenças. É preciso existir o que nunca existiu ( e creio não existirá) em nenhuma ordem social, só em parte dessa ordem, pois ninguém escapa das forças da natureza e do concerto social. Os mais aquinhoados continuarão com esse “status” e os mais pobres também, com as intervenções do governo ou não, e sem as teorias meramente acadêmicas sobre a natureza de pobres e ricos. Nem todos nascem com faculdades privilegiadas que os levam à riqueza ou herdam de quem teve esses dons o acervo devido ao mérito.

É necessário refletir sobre o que sempre ocorrerá e ao menos sonhar com o pensamento de Ghandi sobre o problema existente e persistente desde que surgiu o homem.

ESSE PENSAMENTO GHANDIANO AO VESTÍBULO, AFASTA MUITOS EMBATES, CONFLITOS E O PIOR DOS PECADOS, A INVEJA E SEUS FILHOS DO MAL.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 20/04/2015
Reeditado em 20/04/2015
Código do texto: T5213721
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