Não sou mais monstro.

Como disse em outro texto, eu vivia com vendas nos olhos.

Era um tipo de coma, ou sono profundo.

Era como um espelho embassado.

Não conseguia ver minha imagem nítida no espelho e nem na vida...

Quando finalmente eu me encontrei com o Criador, (depois de muitos anos que Ele tentava se chegar à mim) essas vendas ele tirou.

Me ressucitou dos mortos e me acordou de onde eu tinha me perdido.

Limpou toda minha imagem, sendo ela exterior ou principalmente a interior.

Havia um monstro aqui.

Esse monstro era alimentado pelos traumas da vida.

Se eu te contasse toda minha história você entenderia caro leitor.

Outro dia, contei para uma amiga e ela chorou e disse que agora sabia o porque que eu fui desse jeito. (E usou o tempo correto do verbo pois ela reconhece minha singela transformação)

Esse monstro precisava ser tocado por algo ou alguém. Precisava ser salvo.

Ele foi ficando forte com os "nãos".

Com lágrimas que derramou.

Ele foi mudando de cor com o desprezo.

Ele foi crescendo e amadurecendo com a indiferença.

E com uma escolha errada ele ganhou um nome.

Afastado.

Mas todo monstro tem a possibilidade de melhorar...

A Fera?

O Sherek?

O Coisa?

Se entre os contos e super heroís há esperança.

Porque para mim não haveria de ter também?

Ainda mais agora, que o próprio Criador resolveu me quebrar e fazer em mim um novo alguém?

Sempre há esperança se você realmente entende e deseja mudar.

Talvez por alguns anos eu fiquei amargurada, desequilibrada, possessiva por conta do que sofri desgraçadamente no meu antigo relacionamento.

Ai chegou um menininho e sem saber de nada sobre mim, ou conhecer meus paradigmas, se asustou e correu de mim.

Ôh menininho, antes de tudo isso, eu era ingênua, tinha sonhos coloridos, amava o rosa, musicas infantis, parques e tudo mais o que hoje estou voltando a gostar e sentir.

Percebo o quanto te apavorei.

Tratei mal.

Era uma loba mal.

Uma bicha papão.

Um monstro.

Mas...

Isso passou.

Ja passou!

Não te peço para pegar na minha mão e rodar nesse nosso carrocel.

Não vou te chamar para correr na praia e fazer castelos de areia comigo.

Não vou te oferecer algodão doce e sujar teu nariz de sorvete.

Não vou fazer nada.

Minhas idéias sumiram.

Eu apenas vou ficar quietinha, me balançando no meu balanço musical.

E esperar que o Criador, nosso Pai pegue na sua mão e te leve para passear e te ensine.

E que Ele continue me balançando no meu balanço e cante comigo.

Pois eu sei que na hora certa ele nos mostrará o caminho.

Não sou mais um monstro.

O Criador me deu seu ósculo santo.

E Ele me tornou uma princesa.

A Princesinha dEle.

A menininha a cara do Pai.

Ha...! Como é bom viver com/em um propósito.

Judy Cavalcante
Enviado por Judy Cavalcante em 20/04/2015
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