SÍNDROME DE GABRIELA

"As pessoas tem medo das mudanças. Eu tenho medo que as coisas nunca mudem"  - Chico Buarque de Holanda.


Certo é que cada um tem seu jeito próprio de ser.
Aliás, isso faz a vida ser fascinante, super interessante, imaginemos, todo mundo pensando igual, tendo gosto semelhante.
Com certeza o mundo seria um tédio, aprenderíamos pouco, um com o outro.
A monotonia seria tanta, que causaria depressão.

No entanto, na convivência, necessário é  ter cuidado com o jeito de ser de cada um, pois, se não existir ajuste, ou se houver ajuste, de um só lado, a relação fica manca.
Creio que seja preciso que haja ajustes de cada um, em partes iguais, nesse jeito de ser, pois, caso contrário, ocorrerá insatisfação.

Observando a vida, tenho visto que os casais que melhor se entrosam, são aqueles que, aprendem a ceder, com equilíbrio, assim sendo não há tirania ou subjugação, de lado nenhum.
Porém, quando um deles é mais genioso, tem o temperamento mais forte, fatalmente quem mais cede, é o de temperamento mais ameno.
Pois, esse, por natureza já é mais cordato e generoso.
Tenho tido a oportunidade de assistir diversos casos assim, na família ou entre amigos, e conhecidos.

Um exemplo que ilustra bem o tema dessa crônica, é um casal de amigos meus. Ele possui temperamente sereno, conciliador por natureza. Em contrapartida ela é explosiva, geniosa, e a calma passou longe dela. O que assisto há mais de duas décadas em que sou amiga do casal, é uma relação  onde ele, quase sempre acaba cedendo. 
E a balança fica pendendo para um lado só, quando há esse desequilíbrio, pois os ajustes que deveriam ser feito, por ambos, acabam sendo feito, em porcentagem muito mais elevada por um somente.

Em nome do temperamento forte, já vi muitas pessoas tiranizarem outras, que são dotadas de temperamento mais ameno.
Por isso, penso que sem dúvida, cada um tem seu modo de ser, mas, isso não impede ninguém de fazer mudanças e ajustes, dentro de um relacionamento, sempre que for necessário, para que um, não venha a tornar a convivência com o outro, um verdadeiro inferno.

Bom, também penso, que cabe a nós, dizer até onde alguém pode invadir o nosso espaço, seja esse alguém quem for, marido, esposa, filhos, amigos, parentes.
Creio seja muito díficil a convivência em qualquer tipo de relação, onde um  faça os ajustes  necessários  para  que  haja  harmonia  no relacionamento, enquanto que o outro continue a exercer seu modo de ser, sem procurar fazer as mudanças precisas.

A famosa síndrome de GABRIELA: "eu nasci assim, eu cresci  assim, e sou mesmo assim, vou ser sempre assim... Gabriela, sempre Gabriela",  precisa ser revista, dentro de cada um de nós.
Se continuamos a ter posturas sempre iguais, não podemos esperar por resultados diferentes, em nossos relacionamentos.

Somente quando saímos de nossa zona de conforto, e analisamos onde precisamos mudar, e nos comprometemos a efetuar essas mudanças, nos tornamos pessoas companheiras e bem acompanhadas.


(
Imagem: Lenapena)
Lenapena
Enviado por Lenapena em 17/04/2015
Reeditado em 17/04/2015
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