O grito, de alívio...
Se “os homens são livros por escrever”, existem homens que se escondem por detrás da inquisição que ele próprio criou: o medo. O medo restringe, fazendo calar a voz que insiste em gritar. Ora o grito sai pelos olhos, ora o grito se cala por falta de compreensão. Sabe-se que gritar nem sempre é possível, contudo, na maioria das vezes, se faz necessário. O que é absolutamente normal. Fora o tempo em que o calar ganhara voz. Contraditório? Talvez. Partindo da premissa de que somos seres autossuficientes, ter medo parece ser algo tão fútil, melancólico talvez.
Algo que muitos diriam desnecessário, mas é necessário gritar. Nem que se grite: “Ei, medo, eu não te escuto mais. Você não me leva a nada.” Nem que seja para deixar sair do coração a angústia de se deixar angustiar por algo que nem nosso é. A angústia de viver angustiado sem saber o motivo de se estar assim. O dilema de viver uma vida sem perspectiva, nem sequer um ponto de luz ao final do túnel. O que fazer? Viver. E não somente existir. Amar e não somente gostar. Caminhar e não somente andar. Sorrir e não somente mover os lábios. Sentir e não somente fingir.
Que vivamos, que amemos, que caminhemos, que sorrimos, que sintamos. Que não deixemos a angústia nos abater nem que nos faça recuar. Como diz um provérbio indígena, “para uma flecha ser lançada para frente, ela deve ser puxada para trás”, então, quando formos surpreendidos pelas mazelas da vida, façamos disso, o impulso para viver e atingir nosso alvo em cheio! Ter foco nada mais é que insistir em tudo, por mais que os problemas apareçam. É ser forte, acima de tudo, e não se deixar abater. “O fraco não alcança a meta.”