O sábado é o dia da Sheila: ela faz chapinha no salão da Nena, pinta as unhas, se maquia, põe a calça coladinha, fica um deslumbre. Às 8, chama o mototáxi pra levá-la ao Forró do Zé Aprígio. Quer forrozar até cair de canseira, descontar a semana inteira de trabalho duro.
Sheila não quer saber de problemas. Separada do Evaldo, respira liberdade. Longe dos ciúmes do ex, jura nunca mais amar ninguém. Não quer mais rolo, coisa que lhe esquente a cabeça. A filha casada, nem um passarinho pra tratar, não deve satisfação a ninguém. A vizinha é que, volta e meia, vem dando os seus pitacos: Arruma uma companhia, mulé. Viver sozinha é triste demais!
Sheila não diz nada, só ri. Não, não quer saber de encrenca na vidinha tranquila. Gosta mesmo é de dançar! Dançar! Coisa que nunca pôde fazer ao longo dos anos de martírio ao lado do Evaldo. Por isso, agora ali está, na mesa de sempre, tomando sua cervejinha, esperando começar o batidão.
De repente vê o homem no balcão. Ele bebe num copo duplo alguma bebida de dose. O olhar penetrante pega-a de jeito. Força de raio, fogo cruzado nos olhares trocados. A coisa ganha força quando Zé Aprígio põe pra tocar João Neto e Frederico. O clima esquenta, toma conta do bar, a pista de dança, improvisada numa área livre, ferve. É hora de cair na farra.
Sheila se acabando de suada e, de repente, o homem do seu lado, colando, querendo se chegar. É dançarino decidido... E dos bons! Cata a morena pela cintura e sai deslizando, que todo mundo se afasta só pra olhar. Dali pra frente, ninguém sabe direito o que se deu: se foi o fogo dos olhares acendidos, se foi o feitiço do requebro, ou se foi o ritmo alucinante de Presto Pouco que invadia o recinto explodindo em decibéis. Deu-se que, quando viram já estavam agarradinhos e dali para a pimenta dos beijos custou pouco, pouquinho...
Riquelme Waine da Silva, esse era o nome do rapaz, ao fim da noite, já estava de rei. Dali pro barraco de Sheila, na Rua do Veloso, de lá não saiu mais. E a moça? Paixão paralisante, das brabas, que endoideceu os miolos, fez cair por terra promessas de não mais amar, esquecer as juras do para sempre liberdade. Sheila Aparecida da Costa vacilou, caiu de amores por Quequé, que era como o moço gostava de ser chamado.
Sábado à noite, Sheila em casa passando roupa, Riquelme se esgueira feito sombra, sozinho para o forró. Ela espera por ele, olhos acesos de raiva e mágoa, até o fim da madrugada. A chave tentando achar a fechadura, e ele entra, cheirando à bebida de dose, prontinho a escutar a queixa: cê não me ama! Beijos, mais juras de essa foi a última a vez, e a malandragem de Quequé repetindo o refrão da música dos dois: Amar eu amo muito, prestar que eu presto pouco...
Amor, amor... Ah, o amor!
Sheila não quer saber de problemas. Separada do Evaldo, respira liberdade. Longe dos ciúmes do ex, jura nunca mais amar ninguém. Não quer mais rolo, coisa que lhe esquente a cabeça. A filha casada, nem um passarinho pra tratar, não deve satisfação a ninguém. A vizinha é que, volta e meia, vem dando os seus pitacos: Arruma uma companhia, mulé. Viver sozinha é triste demais!
Sheila não diz nada, só ri. Não, não quer saber de encrenca na vidinha tranquila. Gosta mesmo é de dançar! Dançar! Coisa que nunca pôde fazer ao longo dos anos de martírio ao lado do Evaldo. Por isso, agora ali está, na mesa de sempre, tomando sua cervejinha, esperando começar o batidão.
De repente vê o homem no balcão. Ele bebe num copo duplo alguma bebida de dose. O olhar penetrante pega-a de jeito. Força de raio, fogo cruzado nos olhares trocados. A coisa ganha força quando Zé Aprígio põe pra tocar João Neto e Frederico. O clima esquenta, toma conta do bar, a pista de dança, improvisada numa área livre, ferve. É hora de cair na farra.
Sheila se acabando de suada e, de repente, o homem do seu lado, colando, querendo se chegar. É dançarino decidido... E dos bons! Cata a morena pela cintura e sai deslizando, que todo mundo se afasta só pra olhar. Dali pra frente, ninguém sabe direito o que se deu: se foi o fogo dos olhares acendidos, se foi o feitiço do requebro, ou se foi o ritmo alucinante de Presto Pouco que invadia o recinto explodindo em decibéis. Deu-se que, quando viram já estavam agarradinhos e dali para a pimenta dos beijos custou pouco, pouquinho...
Riquelme Waine da Silva, esse era o nome do rapaz, ao fim da noite, já estava de rei. Dali pro barraco de Sheila, na Rua do Veloso, de lá não saiu mais. E a moça? Paixão paralisante, das brabas, que endoideceu os miolos, fez cair por terra promessas de não mais amar, esquecer as juras do para sempre liberdade. Sheila Aparecida da Costa vacilou, caiu de amores por Quequé, que era como o moço gostava de ser chamado.
Sábado à noite, Sheila em casa passando roupa, Riquelme se esgueira feito sombra, sozinho para o forró. Ela espera por ele, olhos acesos de raiva e mágoa, até o fim da madrugada. A chave tentando achar a fechadura, e ele entra, cheirando à bebida de dose, prontinho a escutar a queixa: cê não me ama! Beijos, mais juras de essa foi a última a vez, e a malandragem de Quequé repetindo o refrão da música dos dois: Amar eu amo muito, prestar que eu presto pouco...
Amor, amor... Ah, o amor!