Curtíssima e Verídica
Curtíssima, porém verídica.
Eu amei a Lucília desesperadamente.
Um amor intenso que durou boa parte de minha vida.
Ela ocupava meus sonhos quase todas as noites e meus pensamentos quase que o tempo todo.
Eu me exibia para ela depois do banho, passeando pra lá e pra cá em frente à sua casa com as mãos nos bolsos da calça.
Engraxava os sapatos, caprichava no topete, cortava as unhas, andava bem vestido para que ela me notasse.
E ela me notava, sorria para mim, tratava-me bem, mas sempre distante, sempre inacessível, como uma fada maravilhosa que apenas sobrevoasse acima de minha cabeça.
Aquela boquinha naturalmente vermelha, os cabelos pretos ondulados, bastos e finos caindo-lhe pelos ombros, as sobrancelhas bem desenhadas, e os cílios compridos, deixavam-me louco de amor.
Não existia ninguém, mulher nenhuma mais bonita, mais meiga, mais delicada, mais especial, mais causadora de belos sonhos do que minha amadíssima Lucília.
As horas custavam a passar quando eu não a via logo pela manhã a caminho da padaria, e odiava quando um dos irmãos dela ia buscar pães e leite em seu lugar.
A mãe dela me olhava e sorria-me com simpatia.
O pai também.
Os irmãos nem tanto.
Tudo, no entanto, estava contra nosso amor.
Eu não tinha um tostão no bolso, não tinha a menor perspectiva de emprego, não tinha ainda um futuro definido, e, tinha certeza de que tanto meus pais quanto os pais dela seriam totalmente contra nosso casamento.
Não por diferença de classes, raça, cultura ou religião. Nem mesmo por antipatia entre as famílias. Não. Nada disso. Até que nossos pais se davam relativamente bem, mas sem grande convivência.
Eles se oporiam ao nosso casamento por puro preconceito contra as novas gerações. Eu tinha sete anos e minha Lucília cinco, mas completos.
Curtíssima, porém verídica.
Eu amei a Lucília desesperadamente.
Um amor intenso que durou boa parte de minha vida.
Ela ocupava meus sonhos quase todas as noites e meus pensamentos quase que o tempo todo.
Eu me exibia para ela depois do banho, passeando pra lá e pra cá em frente à sua casa com as mãos nos bolsos da calça.
Engraxava os sapatos, caprichava no topete, cortava as unhas, andava bem vestido para que ela me notasse.
E ela me notava, sorria para mim, tratava-me bem, mas sempre distante, sempre inacessível, como uma fada maravilhosa que apenas sobrevoasse acima de minha cabeça.
Aquela boquinha naturalmente vermelha, os cabelos pretos ondulados, bastos e finos caindo-lhe pelos ombros, as sobrancelhas bem desenhadas, e os cílios compridos, deixavam-me louco de amor.
Não existia ninguém, mulher nenhuma mais bonita, mais meiga, mais delicada, mais especial, mais causadora de belos sonhos do que minha amadíssima Lucília.
As horas custavam a passar quando eu não a via logo pela manhã a caminho da padaria, e odiava quando um dos irmãos dela ia buscar pães e leite em seu lugar.
A mãe dela me olhava e sorria-me com simpatia.
O pai também.
Os irmãos nem tanto.
Tudo, no entanto, estava contra nosso amor.
Eu não tinha um tostão no bolso, não tinha a menor perspectiva de emprego, não tinha ainda um futuro definido, e, tinha certeza de que tanto meus pais quanto os pais dela seriam totalmente contra nosso casamento.
Não por diferença de classes, raça, cultura ou religião. Nem mesmo por antipatia entre as famílias. Não. Nada disso. Até que nossos pais se davam relativamente bem, mas sem grande convivência.
Eles se oporiam ao nosso casamento por puro preconceito contra as novas gerações. Eu tinha sete anos e minha Lucília cinco, mas completos.