O FIM DO PARTIDO DOS TRABALHADORES E DO LULISMO
O FIM DO PARTIDO DOS TRABALHADORES E DO LULISMO
“Guardar ressentimento? Nunca. Perdoa sempre. O perdão faz parte da vida. Para perdoar de fato, vai além do comum, do que dizem de mal as pessoas, e enxerga o outro lado das coisas. Vê as qualidades da pessoa que deu origem ao teu ressentimento, mesmo que isso te custe esforço. Considera-a em pé de igualdade com as outras pessoas. Quem sabe se, examinando bem, descobres que também tens culpas? Perdoa. O perdão que dás é exercício de elevação e alegria. Quando perdoas, jogas fora o peso da mágoa. O teu perdão faz mais bem a ti do que a quem perdoas".
Os escândalos de corrupção do PT (Partido dos Trabalhadores) e o descrédito do governo Dilma abalam a capacidade de mobilização do ex-presidente e comprometem o projeto eleitoral de Lula para 2018. Em determinado momento da escalada do líder sindical e ex-presidente Lula sua imagem virou a personificação de uma corrente política, popular e poderosa. O lulismo ganhava forças nas camadas sociais e contornos claros de fenômeno, dada à influência e a capacidade de agregação de simpatizantes que mobilizava. Hoje a coisa mudou, pois a corrupção predominante no Brasil está destruindo o PT e em consequência consumindo o lulismo. Propinoduto, Mensalão, Petrolão, Caixa econômica, Correios, Eletrobrás, Eletronorte e muitos outros comandam a queda do Partido dos Trabalhadores e acaba de vez a pretensão de Lula se candidatar novamente em 2018.
A presidente Dilma Rousseff terceiriza a articulação política para os peemedebistas Eduardo Cunha< Michel Temer e Renan Calheiros. Cento e sessenta e quatro países, entre eles o Brasil, firmaram há 15 anos com a Unesco um acordo de melhoria no setor de educação. Recentemente foi divulgado o balanço dos objetivos atingidos: o Brasil deixou de competir pelo menos quatro deles. As duas situações mais graves que perduram são: a má qualidade do ensino e a não redução do analfabetismo. O índice de analfabetos com mais de 15 anos de idade passou de 12,4%%, em 2011, para 8,7%, em 2012. O cumprimento da meta exigia queda para 6%. Um milhão de toneladas de agrotóxicos é utilizado anualmente nas lavouras brasileiras, o que equivale a um consumo médio por habitante, de 5,2 quilos desse produto químico.
Os dados são do instituto nacional do câncer. Algumas nomeações feitas pela ministra da Agricultura, Kátia Abreu causaram estranheza entre os funcionários mais antigos da pasta. Um exemplo é seu cabelereiro de Tocantins, Célio da Costa, agora assessor no gabinete de Kátia. Também provocou incômoda a indicação de Tânia Mara Garib chefe da Assessoria de Gestão Estratégica do Ministério. Amiga da ministra, Tânia é odontóloga e, no final de abril, vai viajar para a Austrália e Nova Zelândia para visitar áreas de ovinocultura e bovinocultura. O Ministério Público Federal aguarda há seis meses a devolução pela Polícia federal do inquérito que apura denúncia, feita pelo publicitário Marcos Valério de que o ex-presidente teria negociado propina da Portugal Telecom para o PT.
A PF requisitou o processo em outubro do ano passado e, até agora não foi devolvido. Em dezembro, Lula foi ouvido. Em janeiro a delegada Andrea Pinho Albuquerque solicitou às autoridades portuguesas, por meio de carta rogatória, cópia do depoimento de Miguel Horta, ex-presidente da empresa de telefonia. A investigação corre em sigilo. Forjado no carisma pessoal no amplo apoiar popular ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o lulismo vice o seu crepúsculo. Se num passado recente, Lula encarnava a figura política em quem nada de ruim colava hoje o petista absorve o descrédito do governo e os sucessivos escândalos de corrupção protagonizados pelo PT. Para a população que ocupa as principais avenidas do País para protestar contra o governo.
Lula é o Parceiro fundamental do fracasso político-administrativo do projeto de poder que levou Dilma Rousseff a presidência. Segundo levantamento da Fundação Perseu Abramo, as mesmas pessoas que consideram Dilma Incapaz de resolver os problemas do País e a corrupção na Petrobras identificam o governo Lula como sendo a origem dos escândalos. Segundo a Revista “Isto É” a ascensão e declínio do lulismo segue a seguinte estatística. 1980 – O Partido dos Trabalhadores (PT) nasce de movimentos sociais compostos por dirigentes sindicais, intelectuais e membros da igreja católica para ser o mecanismo formal de representação popular após a redemocratização do país. Desde o início o PT teve o sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva como ícone da legenda. 2002- Após sucessivos fracassos eleitorais, o PT trocou o discurso de combate ao capital pelo enfrentamento do neoliberalismo.
O acervo positivo às forças produtivas, capitaneados por Lula, funcionou e o partido venceu as eleições presidenciais. Lula passou a encarnar o voto de confiança que a sociedade deu ao PT. Em 2005- O escândalo do mensalão atingiu a cúpula do PT e os aliados de Lula que ocupavam altos cargos na Esplanada. O partido teve a imagem dilacerada por denúncias de corrupção, mas o presidente continuou com altos índices de popularidade. Nenhuma denunciou colou em Lula. Em 2006 – A campanha de reeleição marcou a consolidação do lulismo. Os eleitores estavam desconfiados com o PT, mas deram um segundo mandato a Lula. Nesta fase, o perfil do eleitorado petista muda.
A sigla perde votos na classe média, com alta escolaridade, e agrega eleitores com renda de até dois salários mínimos. Em 2010- Lula consegue a proeza de realizar um fenômeno pouco registrado na política: a transferência de votos. Assim, ele elege Dilma Rousseff como sucessora, apesar de a ex-ministra ser uma neo-petista e nunca ter exercido cargo eletivo antes da Presidência. Em 2014- Dilma é reeleita e antes mesmo de ser empossada, ela passa a ser questionada pela discrepância entre o discurso proferido na campanha e a prática no exercício do poder.
Com isso, o PT, que já havia sofrido uma forte rejeição na campanha, cai em descrédito entre a população. Em 2015- A desastrada administração de Dilma e a escalada da corrupção na Petrobras contaminam PT e Lula. Pesquisas mostram que a base social do PT derrete. Os mesmos levantamentos revelam que Lula é afetado. Antes imbatível, o ex-presidente já perderia para Aécio Neves num confronto direto. Para engrossar a manifestação pró-governo em Brasília, a CUT pagou cachê de R$ 45, além de oferecer lanche, boné e camiseta para moradores da periferia do Distrito Federal. Enquanto milhões de pessoas tomam as ruas para protestar contra o governo, e atribuem a culpa ao ex-presidente petista, convocação de Lula não consegue reunir nem 300 militantes em São Paulo.
Ex-porta-voz de Lula, André Singer considera que o lulismo está ameaçado desde os protestos de junho de 2013. Para as bases um outro discurso. Na tentativa desesperada de salvar o seu legado, Lula aproxima-se da esquerda petista, dos sindicatos e movimentos sociais em reuniões no seu instituto. Num movimento contraditório, aconselha Dilma Rousseff a partilhar o poder com o PMDB. Documento interno do PT reconhece a perda de influência entre os mais jovens. “É preciso organizar a atuação do petismo que supere seu profundo processo de dispersão”.
O novo governo – Depois de entregar o comando a Joaquim Levy, um adepto das receitas tucanas, Dilma terceiriza a articulação política para o PMDB. O poder, agora, se concentra num triunvirato: Michel Temer, Renan Calheiros e Eduardo Cunha são os homens fortes da República. Se esses três são os homens fortes da república, imaginem os mais fracos? O brasileiro está num “sinuca de beco”, se “correr o bicho pega” e se ficar o “bicho come.” Coitado do povo brasileiro já está cansado com tanta incompetência política. O Brasil atual anda igual a caranguejo e cresce feito rabo de cavalo. Pense nisso!
ANTONIO PAIVA RODRIGUES-JORNALISTA PROFISSIONAL-MEMBRO DA ACI- DA ACE- DA UBT- DA AOUVIRCE E DA ALOMERCE