AH SAUDADE, SAUDADE TÃO GRANDE

Adoro o frevo canção de Antonio Maria sobre o Recife que começa assim, "ah saudade, saudade tão grande...". É um sentimento inerente ao ser humano. Quem não tem saudade só pode ter o miolo mole, ou é muito frio, ou foi muito infeliz no passado.

Conheço várias definições de saudade, mas as que não esqueço, como não esqueço os frevos de Maria é, por exemplo, uma de Coelho Neto: "A casa da saudade chama-se memória: é uma cabana pequena, a um canto do cooração". É perfeita.

Mas a mais bem elaboradas é a de Joaquim Nabuco: "Em todos os vocábulos não deve haver nenhum tão comovente quanto a palavra portuguesa saudade. Ela traduz a lástima da ausência, a tristeza das separações, toda a escala de privação de entes ou de objetos amados, é a palavra que se grava sobre os túmulos, a mensagem que se envia aos parentes, aos amigos. É o sentimento que o exilado tem pela pátria, o marinheiro pela famaília, os manorados um pelo outro, apenas separam-se. Saudade sentimos da nossa casa, dos nossos livros, dos nossos amigos, de nossa infância, dos dias idos".

Para fechar esta maltraçada vou transcrever um verso do poeta popular Antonio Pereira: "Saudade é um parafuso que quando na rosca cai/ só entra se for torcendo, porque batendo não vai/ E enferrujado dentro, nem destorcendo sai". Ah, saudade, saudade tão grande...".

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 16/04/2015
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