Surrei a moto
Foi como eu li no artigo do cara na internet. No começo só vai sair besteira mas depois as coisas melhoram.
Decidi escrever de novo porque não há nada pra fazer. A internet nao funciona, bem como o 4g.
Me pergunto se este algum dia funcionou.
Tento novamente?
Daqui a pouco.
Deus, como é dificil controlar a raiva!
Voltei a ser a louca de antes. Aquela que quebrava tudo quando tinha raiva. Gritei horrores com a moto hoje! Aquela coisa sem vida que depende de mim para funcionar. Não é culpa dela que a mesma não funcione propriamente, pois é de mim que depende seu bom funcionamento.
Algo que não compreendo, que está além do meu limite é o seu problema. O mecânico, bom claro, sabe resolver.
Mas e o meu problema?
Quem resolve?
Em casa de ferreiro o espeto é de pau, já diz a sabedoria popular. Como diabos alguém pode seguir meus conselhos e mantras se eu mesma não pratico o que apregoo?
Meus alunos de longe sabem quando não estou bem. Isto reflete diretamente na minha aula. Eu sou um vidro extremamen te limpo, onde até o mais cego dos homens vê o interior.
E a louca aos brados no meio da rua xingando a moto que morreu no meio da chuva.
Xingando a vida e a má sorte que se abate sobre ela sem ver o lado bom das coisas ruins. Não sabe brincar de Polyanna.
Não sei mesmo. Odiei aquele livro. Não há nada que eu odeie mais que o jogo do contente.
Que contente o quê? Eu quero mais é subir no alto da mais alta montanha do mais ermo vale e gritar: puta que pariiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiuuu! Porraaa! Caralhoooo!! To puta com minha viiiiiidaaaaa!!!
Respirar e gritar de novo e de novo até faltar a voz e as lágrimas descerem.
Depois eu posso descansar, dormir até.
Voltar para a minha vida, minhas raízes, tudo o que eu não quero ser ou fazer mas que é minha obrigação.
E num dia qualquer, morrer.