América

Tão grande se tornaram os Estados Unidos que muitas e muitas vezes a palavra América confunde-se com aquele país.

Um erro, mas compreensível diante do já mencionado. Nosso continente é, sem dúvida, uma parte muito respeitada na comunidade internacional que habita o planeta. Não pode nem deve perder a sua unidade, respeitadas as características de cada nação e povo. Pouco importa se existe a parte que fala o inglês e a que se comunica em espanhol ou português. Somos uma só coisa, uma só gente, por mais diferentes que possam ser os hábitos de cada país. Somos americanos. Temos uma parte ocidental da Terra, nos hemisférios norte e sul.

Desavenças? Elas existem, como no quarteirão, no bairro, na cidade, enfim, no país. São normais na sociedade dos homens. Seria estranho se todos pensassem exatamente a mesma coisa.

Pois a América desponta no horizonte, uma vez mais, com a grandeza que a caracteriza.

Dentre todas as nações que compõem o continente, Cuba, por pouco mais de meio século, estava alijada da comunidade. Por razões políticas, após a vitória em Sierra Maestra, contra a corrupta e impatriótica gestão de Fulgêncio Batista, o vitorioso Fidel Castro, sem alternativa, segundo muitos, adotou o comunismo na ilha. Foi o bastante para ficar isolado e punido com severa restrição econômica feita pelos Estados Unidos. A questão política foi tão grave, quando Cuba abrigava mísseis russos que poderiam alcançar os Estados Unidos com muita facilidade, que por pouco não sofremos uma matança, uma hecatombe mundial. Por ordem do presidente Kennedy, a esquadra norte-americana tomou posição de ataque contra comboios soviéticos que traziam mísseis para aquele país. Foi um alívio para o mundo quando Nikita Kruschev, então premier da União Soviética, deu ordens para os navios voltarem.

A situação isolou ainda mais o pequeno país americano.

O então senador Barack Obama lançou sua candidatura à presidência dos Estados Unidos. Fez várias promessas de campanha, cumpriu todas, a despeito do Partido Republicano, nata da direita daquele país. Não falou em aproximação com Cuba. Surpreendeu o mundo e a América quando assumiu a responsabilidade de trazer de volta o hoje pobre povo cubano, consequências do bloqueio e da sua baixa produtividade agrícola e industrial.

Um gesto nobre! Convém dizer que Obama não pode mais se candidatar a presidente da República, o ato não foi eleitoreiro, mas determinação de estadista que faz jus ao seu antigo antecessor Abraham Lincoln, um dos mais ilustres nomes dos Estados Unidos e da História.

O aperto de mãos na Cúpula Americana, em 10 de abril de 2015 com Raul Castro, que não escondeu a sua satisfação, dignifica os homens.

O Mundo cumprimenta-o, senhor Presidente Barack Obama.