Ciência e Literatura
Muitas pessoas se surpreendem quando descobrem que eu não tenho formação em Língua Portuguesa. Acham estranho que, sendo eu uma Bióloga, esteja atuando na carreira literária. Já ouvi comentários do tipo: “Nada a ver Biologia com Literatura.”
Pode parecer que realmente não tenha nada a ver uma coisa com a outra, afinal, biólogos entendem de bichos, de plantas, de natureza, de fenômenos naturais. Só que os biólogos são curiosos, observadores e pacientes como devem ser todos os cientistas. Quem lida com Ciência deve reunir todos estes pré-requisitos, mas também devem ter outros tais como: imaginação, inventividade, criatividade, conhecimento do próprio idioma – e até de outros, se possível. Portanto, eu lhes digo: biólogos e escritores têm tudo a ver. Querem ver?
Não faz muito tempo, assisti a um vídeo de Rubem Fonseca, um dos maiores autores brasileiros, e ele dizia que existem alguns requisitos para se tornar um bom escritor. A relação é praticamente a mesma da exigida para ser um cientista: imaginação, motivação, criatividade, conhecimento, capacidade de observação e, principalmente, paciência. Ele ainda acrescentou: “Se você quer escrever um bom romance deve fazê-lo com muita paciência. Não se escreve uma boa história da noite para o dia. Às vezes, é preciso muitos meses, e até anos, para se concluir um livro.”. Não me parece que as grandes descobertas científicas tenham acontecido num piscar de olhos. Há décadas os cientistas estão em busca da cura de doenças como AIDS e câncer, por exemplo.
Quem trabalha com Ciência, e principalmente com pesquisa, deve estudar muito. Deve analisar, comparar, experimentar e não se limitar apenas a teorizar: “Não existe teoria sem prática nem a prática existe sem a teoria. Uma é a condição da outra.”, já dizia um velho professor meu. E quem disse que para ser escritor isso também não é necessário? O escritor deve ser antes de tudo um leitor, ou seja, um estudioso. Não há como ter domínio sobre a escrita se não houver intimidade com a leitura. É preciso conhecer vários gêneros literários, visitar as obras de autores consagrados - e até de desconhecidos -, comparar estilos, analisar, enfim, ler, ler muito. Ler sempre e de tudo. E experimentar. É importante experimentar escrever diversificadamente: poesias, contos, crônicas, ensaios, artigos, tudo. Você, naturalmene, terá mais desenvoltura em determinado gênero do que em outro, mas é interessante que experimente, que tenha flexibilidade, que tenha ousadia em criar. Mesmo naquele gênero que você acha que não “manda tão bem”, deve investir.
Outro fator importante e necessário, tanto a cientistas quanto a escritores, é a disciplina. Aliás, eu diria que em nenhuma profissão ou ofício se consiga chegar a bons resultados ou ao sucesso sem disciplina. Só com regularidade e seguindo a determinadas regras se alcança a excelência. No caso do escritor as “regras” seriam: escrever, escrever e escrever. Na escola sempre ouvíamos os professores dizerem que só se aprende a fazer, fazendo. Portanto, só se aprende a escrever, escrevendo. É evidente que cada escritor segue sua própria rotina: alguns preferem escrever durante a madrugada, outros preferem produzir durante o dia, mas todos escrevem diariamente. Isto é ter disciplina.
Não posso negar que tenho umas fases de pouca criatividade, de baixa produção. Acho que, na verdade, todos passam por isso. Mas o importante é insistir, ainda que seja um pequeno texto, uma bobagem qualquer que vá ser deletada depois, mas é importante escrever, de preferência, todos os dias.
Como vocês perceberam há mais semelhanças entre a Ciência e a Literatura do que se possa imaginar. Acredito que ainda existam outras, mas acho que, por hoje, já está de bom tamanho. Acho que já os convenci de que, apesar de eu ter estudado Ciências Biológicas, posso me aventurar no mundo das palavras, já que reúno muitos dos adjetivos necessários para isso. Eu gosto, posso e quero continuar fazendo parte do mundo literário que é tão maravilhoso e envolvente quanto o mundo dos animais, dos microorganismos, das plantas e dos fenômenos naturais. E o mais legal de tudo é que, tanto numa coisa quanto na outra, eu sei que posso contribuir para um mundo melhor.
Muitas pessoas se surpreendem quando descobrem que eu não tenho formação em Língua Portuguesa. Acham estranho que, sendo eu uma Bióloga, esteja atuando na carreira literária. Já ouvi comentários do tipo: “Nada a ver Biologia com Literatura.”
Pode parecer que realmente não tenha nada a ver uma coisa com a outra, afinal, biólogos entendem de bichos, de plantas, de natureza, de fenômenos naturais. Só que os biólogos são curiosos, observadores e pacientes como devem ser todos os cientistas. Quem lida com Ciência deve reunir todos estes pré-requisitos, mas também devem ter outros tais como: imaginação, inventividade, criatividade, conhecimento do próprio idioma – e até de outros, se possível. Portanto, eu lhes digo: biólogos e escritores têm tudo a ver. Querem ver?
Não faz muito tempo, assisti a um vídeo de Rubem Fonseca, um dos maiores autores brasileiros, e ele dizia que existem alguns requisitos para se tornar um bom escritor. A relação é praticamente a mesma da exigida para ser um cientista: imaginação, motivação, criatividade, conhecimento, capacidade de observação e, principalmente, paciência. Ele ainda acrescentou: “Se você quer escrever um bom romance deve fazê-lo com muita paciência. Não se escreve uma boa história da noite para o dia. Às vezes, é preciso muitos meses, e até anos, para se concluir um livro.”. Não me parece que as grandes descobertas científicas tenham acontecido num piscar de olhos. Há décadas os cientistas estão em busca da cura de doenças como AIDS e câncer, por exemplo.
Quem trabalha com Ciência, e principalmente com pesquisa, deve estudar muito. Deve analisar, comparar, experimentar e não se limitar apenas a teorizar: “Não existe teoria sem prática nem a prática existe sem a teoria. Uma é a condição da outra.”, já dizia um velho professor meu. E quem disse que para ser escritor isso também não é necessário? O escritor deve ser antes de tudo um leitor, ou seja, um estudioso. Não há como ter domínio sobre a escrita se não houver intimidade com a leitura. É preciso conhecer vários gêneros literários, visitar as obras de autores consagrados - e até de desconhecidos -, comparar estilos, analisar, enfim, ler, ler muito. Ler sempre e de tudo. E experimentar. É importante experimentar escrever diversificadamente: poesias, contos, crônicas, ensaios, artigos, tudo. Você, naturalmene, terá mais desenvoltura em determinado gênero do que em outro, mas é interessante que experimente, que tenha flexibilidade, que tenha ousadia em criar. Mesmo naquele gênero que você acha que não “manda tão bem”, deve investir.
Outro fator importante e necessário, tanto a cientistas quanto a escritores, é a disciplina. Aliás, eu diria que em nenhuma profissão ou ofício se consiga chegar a bons resultados ou ao sucesso sem disciplina. Só com regularidade e seguindo a determinadas regras se alcança a excelência. No caso do escritor as “regras” seriam: escrever, escrever e escrever. Na escola sempre ouvíamos os professores dizerem que só se aprende a fazer, fazendo. Portanto, só se aprende a escrever, escrevendo. É evidente que cada escritor segue sua própria rotina: alguns preferem escrever durante a madrugada, outros preferem produzir durante o dia, mas todos escrevem diariamente. Isto é ter disciplina.
Não posso negar que tenho umas fases de pouca criatividade, de baixa produção. Acho que, na verdade, todos passam por isso. Mas o importante é insistir, ainda que seja um pequeno texto, uma bobagem qualquer que vá ser deletada depois, mas é importante escrever, de preferência, todos os dias.
Como vocês perceberam há mais semelhanças entre a Ciência e a Literatura do que se possa imaginar. Acredito que ainda existam outras, mas acho que, por hoje, já está de bom tamanho. Acho que já os convenci de que, apesar de eu ter estudado Ciências Biológicas, posso me aventurar no mundo das palavras, já que reúno muitos dos adjetivos necessários para isso. Eu gosto, posso e quero continuar fazendo parte do mundo literário que é tão maravilhoso e envolvente quanto o mundo dos animais, dos microorganismos, das plantas e dos fenômenos naturais. E o mais legal de tudo é que, tanto numa coisa quanto na outra, eu sei que posso contribuir para um mundo melhor.