CIVISMO E ÓDIO

Com os cacarecos deixados nas ruas após a manifestação Frankenstein contra a legitimidade do governo, encerra-se o processo eleitora iniciado em 2014. A manifestação foi Frankenstein porque grupos heterogêneos caminharam juntos, como fazem os grupos que se alinham ideologicamente, mas gritaram palavras de ordens incoerentes umas com as outras. Um grupo pedia democracia, impeachment e outro interdição militar e extinção dos partidos de esquerda. Ainda havia os grupos que pediam o fim da terceirização ampla que ainda está para ser discutida no Congresso.

A falta de informação só não foi maior do que a necessidade de aparecer e, por isso, pela exposição e selfies, tanta gente foi às ruas. Já vimos grupos marcando nas redes encontros em shoppings, os rolezinhos; torcidas organizadas marcam confrontos em vias públicas em dias de jogos e o fenômeno histórico das manifestações do Passe Livre, em junho de 2013. Ter acesso ao que vai acontecer tornou-se fácil e, para a grande maioria, virou moda.

A mídia sempre foca na quantidade de pessoas que foram às ruas, mas isso pode ser significante para o governo e oposição, mas não representa absolutamente nada porque o comprometimento das pessoas com o motivo que as fizeram sair de casa é quase zero. A imprensa favorável faz a cobertura de helicóptero, não entrevista nenhum manifestante ao vivo porque sabe que vai ouvir disparates, respostas despropositadas e destituídas de razão e de senso.

Por outro lado tem repórteres que fazem perguntas básicas como: “o que você acha da terceirização?”. Com as respostas os manifestantes: “eu acho que a Dilma está terceirizando para cair fora”; “sou super a favor, qualquer manifestação em prol da população eu sou a favor”; “não é hora de falar de terceirização enquanto o povo tá passando fome”; “como médica eu trabalho como firma, né? Terceirizada”; “eu só acho que tem que ser mais pensado mais elaborado, por enquanto”; “se ela tivesse culhão, estaria lutando contra a terceirização”.

Uma mídia alternativa flagrou o momento em que uma senhora questionou um manifestante e foi agredida verbalmente e perseguida pelas ruas de Copacabana, bem no estilo daqueles filmes onde zumbis perseguem os vivos, sendo preciso a intervenção da polícia que fez sua escolta. A intolerância é a principal arma dos organizadores das manifestações e isso contamina aqueles que vivem no limbo político.

O que falar dos grupos nas redes sociais que pregam a moralidade, lisura, são contra a corrupção, mas vendem camisetas do grupo e não repassam nota fiscal? Nas ruas vendem uma camiseta tipo “Manifeste” por vinte reais, enfiam o dinheiro no bolso sonegando imposto. Manifestante qual é a sua cara?

Para encerrar o processo eleitoral fico com a imagem dos esquilos da Mongólia e dos Hamsters soltos na CPI, eles não são ratos, mas são roedores e primos das ratazanas.

Ricardo Mezavila.

Ricardo Mezavila
Enviado por Ricardo Mezavila em 13/04/2015
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