FLATO
Sempre houve na minha Região, interior pernambucano, sujeitos chaleiras, corta-jacas, babões, puxa-sacos, bajuladores. Uma vergonha. Mas babada deles não chegava a exageros como hoje, era mais moderada. Juro. Agora piorou, os chaleiras viraram capachos, são pau para qualquer obra, acrescentaram ao chaleirismo o exercício da canalhice. São capazes de fazer qualquer coisa para mostrar swerviço aos chefes, tiranetes de plantão, novos-ricos autoritários.
A última de um desses capachos da minha terra, além de indigna foi muito hilária. Seguinte, um certo prepotente metido a dono do mundo estava dando um jantar para seus cumpinchas. Depois de encherem as panças, ficaram no alpendre conversando potocas, sentados em cadeiras de balanço e outras. Alguns contavam piadas, falavam mal ds esquerdistas, pichabvam desafetos, as indignidades costumeiras, quando de repente, não mais que de repente, o dono da casa soltou um pum, fedorento paca. Apesar da subserviência dos convivas, alguns levaram a mão aos narizes. O prepotente ficou vermelho que nem um pimentão, mas aí o chaleira-mor, um capacho de alto nível, resolveru mostrar serviço, levantou-se saracoteando e gritou: "Quem soltou o flato fui eu (ele é tão safado e amostrado que chama peito de flato), podem fazer panelinha de bobô. Fui eu, desde cedo estou meio desaranjado, desculpem!".
Na minha terra os capachos já estão até assumindo os peidos dos chefes. Ah, terrinha caipora da gota serena.