Obra do destino

Lá estava eu,sentado no banco outra vez. Vida que segue, pessoas que passam, e eu ali, pensando.

Por obra do destino( ou do acaso) aparece uma menina. Cabelos ruivos, olhos miúdos, magricela, e com uma expressão de felicidade estampada no rosto.

Sigo a direção de seu brilhante olhar e vejo uma flor. Branca, igual a varias outras naquele perfeito jardim feito mar. A garotinha vai, apanha-a, e sai saltitando como se tivesse encontrado a fonte de todo o contentamento que deve ter existido em sua vida. Começo a imaginar, qual seria a peculiaridade daquela flor, pois bem, era idêntica a outras naquele emaranhado de cores, de cheiros, de amores.Eu a segui pelo olhar. Ela sentou-se ao lado de um velhinho e entregou-lhe a flor, o senhor recebeu-a e sorriu, como se aquilo trouxesse lembranças longínquas de um tempo que sua felicidade era plena. Ele agradeceu, beijou a testa dela e começou a contar uma historia.Ele contava uma especial, que falava sobre um antigo amor. Naquela época era radiante, as pequenas coisas se tornavam mais do que especiais, como a flor. Mas hoje ela faz falta, mas não é uma falta dolorida, que faz doer o amago do ser quando se lembra, mas sim uma falta serena, que faz se relembrar dos bons momentos juntos, das risadas, das dores, de tudo. E que foi através dessa falta que ele se tornou o que é hoje, que conseguiu melhorar e que admitiu uma nova historia para si mesmo.e isso me fez refletir,e me mostrou que tenho que aprender a gostar mais da vida e aprender mais com ela. E a vida continua. Ela segue, as pessoas passam, e eu volto a me sentar no banco e esperar pela próxima obra do destino.

Gabriel Nervis Garcia
Enviado por Gabriel Nervis Garcia em 12/04/2015
Código do texto: T5204857
Classificação de conteúdo: seguro