Pelo caminho
"ja tô ficando agoniada com esse calor e essa gripe" -Ela diz.
Tudo é uma confusão e uma pressa urgente em viver e se fazer notada!
Enquanto eu ouço o som da música indiana e viajo pra um lugar longe de tudo e todos.
A caminho pra cá já estava no ritmo feliz e tranquilo que é aqui. Até passei um sinal vermelho colocando em risco minha vida e a dela.
Como num piscar de olhos toda a cena passa por mim.
Atravesso o sinal vermelho e um carro não consegue parar a tempo. Somos arremessadas cada uma em uma diferente direção de modo que ao caírmos, eu de encontro ao asfalto, minha cabeça (que já nao esta mais com o capacete devido a minha pouca atenção à correia do fecho bem frouxa) bate no meio fio, desmaio. E ela cai direto de encontro ao asfalto danifica seu lindo rosto que apesar de todas as marcas da adolescencia que lhe são tão características, traz consigo a vivacidade da tenra idade. E como se não bastasse isso, no momento em que ela tenta levantar a cabeça ainda pesada, o instante para e um carro avança. Tudo é escuridão. Tudo culpa minha. Aperto no coração e a dor da morte.
Pisco o olho e volto à realidade. Estamos à espera da refeição. Ela, em agonia por motivos tão vãos, eu tranquila apreciando a música indiana e o suco não sei de quê sabor. Na verdade pouco importa. Estamos vivas.