Nunca te vi, sempre te amei!
Muitos milhares de meninos carentes sonham em ser famosos jogadores de futebol!
Poucos conseguem!
mas acontece...
é possível...
Muitos milhares sonham em ser cantores famosos ou atores de sucesso
poucos conseguem
mas acontece...
é possível...
Todos sonham em ser amados eternamente....
poucos conseguem
mas acontece...
é possível...
Virtualidade. Uma porta aberta para se viver os sonhos e as fantasias que fazem parte de nossa vida.
Para alguns, um simples meio de espantar a ociosidade e preencher o tempo vago.
Diverte-se, mas também ama-se e sofre-se.
De início, a brincadeira do conhecimento, das perguntas e respostas sem muita intenção, entretanto quando se descobrem afinidades naquilo que se busca e se quer, vem a curiosidade e um envolvimento emocional que muitas vezes sem se perceber se transforma em algo bem mais sério, caindo-se numa armadilha de descobrimentos e paixão.
Na relação virtual seja amizade ou namoro, vive-se todos os anseios, as expectativas normais como se no mundo real estivesse. Preocupações, ciúmes, brigas, tudo acontece como se nada fosse imaginário e estivesse dentro da realidade natural.
Muita gente acredita que o amor virtual é um sentimento novo, surgido após o advento da internet. Será?
E se lembrar-mos das mulheres prometidas a homens desde o nascimento, ou melhor das meninas prometidas a meninos, e que só se conheciam na hora do casamento?
Dos príncipes e princesas que aguardavam anos a fio até que chegasse o momento da união de dois reinos. Quantas dessas moças terão sonhado com seus príncipes até o dia de conhecê-los?
E as cartas? Quantas histórias já ouvimos de epístolas já foram escritas, falando de paixão, amor, sonhos, para alguém que jamais tinha sido visto e, até a descoberta da fotografia, nem mesmo a imagem podia ser vislumbrada nos sonhos desses apaixonados?
Nunca te vi, sempre te amei, um filme que arrancou lágrimas de tanta gente! Não era virtual esse amor?
Talvez hoje a virtualidade seja um pouco mais fria e com maior probabilidade de fraude, do que a que existia durante a troca de correspondência manuscrita.
Mas as cartas também não mostravam o "brilho dos olhos", o "frescor da boca", o "alento do sorriso", o "som melodioso da voz", o "calor das mãos"... e mesmo assim alguns amores vingaram! Poucos eu sei, mas aconteceu!
Quando há afinidade, a nossa capacidade de sentir é tão grande que fica, em determinados casos, a impressão de estarmos sentindo a pessoa ao nosso lado, de sentirmos seu carinho, vermos seus sorrisos e, por que não?, até suas mãos nos afagando, seus lábios nos beijando, seus corpos nos amando.
Mas, acredito que para que isso aconteça é preciso que exista uma identidade imensa entre ambos e um sentimento, que saiu do virtual onde apenas as fantasias prevaleciam e vieram para o real, onde o parceiro já passou a fazer parte da nossa vida real, estando sempre presente em nossos pensamentos, nossos sonhos, nosso coração. E, não tenho dúvida, isso tudo pode acontecer independentemente do contato físico, do conhecer pessoalmente.
Na época em que se trocava carta manuscrita, existia menos possibilidade de materializar alguma coisa do ser amado, mas podia-se medir a sua emoção, sua alegria, sua tristeza, seu medo, através da sua letra. Lágrimas seriam percebidas, inevitavelmente, molhavam os papéis que recebiam as mensagens de amor. Algumas cartas recebiam gotas de perfume, levando ao ser amado o cheiro preferido do seu amor. Outras, recebiam beijos apostos pelos próprios lábios cobertos do batom da mulher apaixonada. O coração sofria mais , aguardando dias ou até meses para a chegada de uma nova carta que, muitas vezes, foi transportada pelo trem, pelo navio ou pela carroça.
Hoje, já não se consegue agüentar algumas horas sem o recebimento de um e-mail, de uma mensagem através de programas de conversação, ou, até, de um texto ou uma poesia publicada em algum blog.
Amar verdadeiramente o ser que conhecemos virtualmente faz crescer, dentro da gente, a ansiedade por novas letras, novas palavras, novos atos que demonstrem a correspondência do amor que sentimos.
E, quando existe a certeza de que a pessoa que a gente ama também ama a gente, essa ansiedade existe sim, mas com o nome de saudade, porque ela vem cheia de paz, porque o coração transborda paz, luz e amor. É uma saudade que machuca muito porque, na verdade, ela está somada à vontade de estar junto, de sentir o cheiro, o toque, o calor, de detalhes que até aparecem e são sentidos nas frias letras do monitor, quando esse amor é imenso e existe dentro de nós, no mais íntimo da nossa alma, com a grandiosidade do amor verdadeiro, do amor puro, do amor sublime.
Os sonhos fazem falta, sim. Eles compõem os melhores momentos de nossa vida...
Mas do virtual para o real, só quando estão atrelados à realidade palpável, onde as mãos se alcançam, os rostos sorriem e os braços estreitam-se em abraços inconfundíveis de aconchego e calor.
Onde os beijos têm sabor real e os corpos se encontram numa paixão doce e ardente...
Fora isso, é tudo "apenas" miragem...
E há uma vida para ser VIVIDA...
Os pseudo-entendidos em comunicação na Internet e eternos pessimistas, pensam que o amor virtual nunca dá certo. Conforme diria Nelson Rodrigues, são os idiotas da objetividade.
Amor virtual virar amor real?
também acontece...
também é possível...