Provérbios secundados por crônicas
O patoense Rui Leitão, filho de Deusdedit e Mazé, concedeu-me o privilégio de apresentar seu livro “A Essência da Sabedoria Popular – Crônicas” nessa última quarta-feira, a seleto público, reunido na Fundação Casa de José Américo. Há tempo, veio ao litoral, onde se revelou, a exemplo do pai, exímio pesquisador do que é curioso, como também destacado homem público, executivo, sendo Diretor Presidente do Iphaep, Superintendente da Rádio Tabajara e do jornal A União. Os aforismos são livros de intensa procura, imagine-se como se tratará essa obra de Rui Leitão que, além de nos oferecer uma rica seleção de apotegmas, também aborda a origem, a história , o uso , o desdobramento, a explicação ou o significado de selecionados provérbios.
A rápida leitura de breves sentenças é historicamente atrativa àqueles que buscam pensamentos sobre nossa realidade, sobre nosso quotidiano. A exemplo disso, ressaltem-se os famosos fragmentos do filósofo grego Heráclito. Antes de escritos, os provérbios percorrem longo caminho da oralidade, transmitindo verdades observadas na vida dos homens comuns, instruindo-lhes “bom senso”. São tão breves que diríamos não serem os provérbios pensados para serem escritos, mas apenas ditos sem muitas palavras, aprendidos de cor, transformando-se em paradoxo da literatura ou repentinos frutos da paralaxe. Qual é a lógica desses fragmentos da filosofia popular que consensualmente, trazidos pela oralidade, agradam tanto o mundo letrado? Sucede uma “lógica da contiguidade e da sucessão”. Fernando Pessoa, relendo curtos versos, espantava-se quando brilhantes ideias se revestiam de belos adágios: “As vezes tenho ideias felizes,/ Ideias subitamente felizes, em ideias/ E nas palavras em que naturalmente se despegam.../ Depois de escrever, leio.../ Por que escrevi isto?/ Onde fui buscar isto?/ De onde me veio isto? Isto é melhor do que eu.../ Seremos nós neste mundo apenas canetas com tinta/ Com que alguém escreve a valer o que nós aqui traçamos?” Sim, há alguma inspiração mitológica nos eternos provérbios...
Um país sábio saboreia saberes, portanto, provérbios. Nesse sentido, também a sabedoria que, como eles, há séculos, vem do oriente e também para lá volta do ocidente. Os provérbios não são procurados, mas circunstancialmente encontrados; como pérolas achadas despretensiosamente na superfície ou nas profundezas do mar. Os provérbios quanto mais refletem soluções à realidade, mais se tornam agradavelmente prazerosos, como ejaculações emotivas do intelecto, plenos de bom senso, de conhecimento, de discernimento, divinos, como a voz de Deus, saindo da boca do povo.
O patoense Rui Leitão, filho de Deusdedit e Mazé, concedeu-me o privilégio de apresentar seu livro “A Essência da Sabedoria Popular – Crônicas” nessa última quarta-feira, a seleto público, reunido na Fundação Casa de José Américo. Há tempo, veio ao litoral, onde se revelou, a exemplo do pai, exímio pesquisador do que é curioso, como também destacado homem público, executivo, sendo Diretor Presidente do Iphaep, Superintendente da Rádio Tabajara e do jornal A União. Os aforismos são livros de intensa procura, imagine-se como se tratará essa obra de Rui Leitão que, além de nos oferecer uma rica seleção de apotegmas, também aborda a origem, a história , o uso , o desdobramento, a explicação ou o significado de selecionados provérbios.
A rápida leitura de breves sentenças é historicamente atrativa àqueles que buscam pensamentos sobre nossa realidade, sobre nosso quotidiano. A exemplo disso, ressaltem-se os famosos fragmentos do filósofo grego Heráclito. Antes de escritos, os provérbios percorrem longo caminho da oralidade, transmitindo verdades observadas na vida dos homens comuns, instruindo-lhes “bom senso”. São tão breves que diríamos não serem os provérbios pensados para serem escritos, mas apenas ditos sem muitas palavras, aprendidos de cor, transformando-se em paradoxo da literatura ou repentinos frutos da paralaxe. Qual é a lógica desses fragmentos da filosofia popular que consensualmente, trazidos pela oralidade, agradam tanto o mundo letrado? Sucede uma “lógica da contiguidade e da sucessão”. Fernando Pessoa, relendo curtos versos, espantava-se quando brilhantes ideias se revestiam de belos adágios: “As vezes tenho ideias felizes,/ Ideias subitamente felizes, em ideias/ E nas palavras em que naturalmente se despegam.../ Depois de escrever, leio.../ Por que escrevi isto?/ Onde fui buscar isto?/ De onde me veio isto? Isto é melhor do que eu.../ Seremos nós neste mundo apenas canetas com tinta/ Com que alguém escreve a valer o que nós aqui traçamos?” Sim, há alguma inspiração mitológica nos eternos provérbios...
Um país sábio saboreia saberes, portanto, provérbios. Nesse sentido, também a sabedoria que, como eles, há séculos, vem do oriente e também para lá volta do ocidente. Os provérbios não são procurados, mas circunstancialmente encontrados; como pérolas achadas despretensiosamente na superfície ou nas profundezas do mar. Os provérbios quanto mais refletem soluções à realidade, mais se tornam agradavelmente prazerosos, como ejaculações emotivas do intelecto, plenos de bom senso, de conhecimento, de discernimento, divinos, como a voz de Deus, saindo da boca do povo.