Depois dos 50...
Precisamos de pouco para viver quando se trata de bens materiais, a apologia do consumo sem necessidade é um apelo permanente, mas pode e deve passar.
Já em relação aos sentimentos junto àqueles dos quais gostamos, cuja reciprocidade se faz natural e saudável, cabe uma reflexão.
Se deles nos isolarmos voluntariamente, exercendo essa opção consciente, não patológica, podemos abrir mão de trocas necessárias justamente para com quem prevalece uma relação sustentada essencialmente pela qualidade e não pela enganosa quantidade.
Dependendo do ciclo da vida que estamos experimentando, não só, mas especialmente depois dos 50, saudável nos apropriarmos de nossos rumos, de nossas escolhas, não depositando em outros a força e o direito de ditarem nossos rumos, razão maior para que estejamos com quem nos acolhe e, salutarmente, diverge, questiona e verdadeiramente se importa em como estamos e para onde caminhamos.
Preservar um mínimo de nossa autonomia e independência, quando mais claramente estivermos sofrendo as limitações que o tempo naturalmente nos impõe, fará grande diferença, esse amadurecimento leva tempo, não deixemos para depois que, sem que percebamos, já pode ter chegado.