RESPOSTAS. QUANDO SERÁ O FIM?

Como o tema são RESPOSTAS, bom destacar como se disse antes, não ter importância o fim dessas palavras que o mundo despeja em ondas de esquecimento, sem necessidade de ficarem, pois o que é a necessidade senão a própria necessidade.

O fim é filho do começo, tem hora marcada, e apaga vestígios.

O tempo é vento e luz, a velocidade da luz é ponderável na imponderabilidade, é irmã do vento, no tempo.

Só existimos como espécie a 120 mil anos. O que é esse espaço temporal dentro da vasta celebração do tempo, que haure e exaure, revolto e avassalador? Um sopro...

O fim está definido pela semântica do vocábulo. É o fim...Quando é acessório.

Os que têm essa necessidade como fundamental para a posteridade, ficar em palavras, não ficarão, nem um milímetro temporal, palavras que são palavras não se dirigem à egolatria, muito menos ao mercado inexistente do pensamento. A alma não exerce mercancia.

Recebo literatura como reportagem, arte para mim é plástica, para mim, enfatizo. E os monumentos da arte plástica e seus feitores não pensaram em ficar, e estão em Roma cultuados na cidade eterna como eles, reverenciados, sob genuflexo de seus admiradores que passam em procissão diante de suas obras por séculos, ou em Florença, berço do renascentismo, ou nos museus do mundo com filas de curiosidade aguçada dos que querem vê-los vivos como Moisés na Igreja das correntes, que recebeu a ordem de Michelangelo para levantar e andar, não por egolatria, mas para vivificar seu dom.

Sócrates ficou sem escrever uma palavra, teve seu grande repórter, talvez maior do que ele, Platão, só para ficar no comum dos homens em corpo, Cristo, o Jesus de Nazaré que nada escreveu e é a luz da humanidade para os que estão de olhos abertos, mesmo na distância da espiritualidade, ainda que se fique restrito às normas, mas não escreveu um só vocábulo, mas disse, ensinou. E ficou em um mundo nosso, pequeno mundo, Planeta Terra, de forma inigualável, até pelos que O combatem marcados como a escória do ódio.

Somos todos, CLARAMENTE, pertencentes a uma única cidadania, a Pátria dos Esquecidos, quando nos voltamos para o futuro. E o que isso conta para o maior bem depois da vida e irmão dela, a PAZ?

Nada representa para quem realmente com a vida vive, FICAR EM PALAVRAS, pretensão estranha, creio que menor, sem agravo aos que assim sonham, mero entendimento, talvez errôneo, mas minha convicção, diante do grande universo em que vivem muito escritores, pois o sucesso por vezes não tem substância, só moeda. Ao invés de tentar colocar a mão no desconhecido, trabalhando para o nada absoluto, sem muito ou praticamente nenhum poder de conscientizar-se do que seja esta jornada, seria desejável a inserção verdadeira em um mundo interiorizado mais rico. Quem tem interior rico de mais nada precisa para caminhar. Tanto maior a riqueza quanto maior seu despojamento para esse fim. Isso acontece nas profissões, onde se ama o trabalho feito, mais que o retorno que traga.

As palavras que grafamos, editamos e falamos, vão ficar sim no imediatismo de nossas famílias, por certo tempo, o gravador cósmico é cósmico, e desse espaço nada se sabe, é cósmico, sem receptores determinados, são pertencentes à volatilidade que, na realidade é o que se busca na paz da meditação.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 10/04/2015
Código do texto: T5201742
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