MULETAS
Com o passar do tempo,nossas pernas enfraquecem.Nos apoiamos em paredes,com medo de cair.Com medo da solidão,nos escoramos em um filho, Nos escondemos num sofá,com o medo do futuro . Embriagamo-nos de álcool,pra cabeça não pensar.
Ludibriamos o presente,pro passado não voltar. Há tempo!
Com o passar do tempo,as saudades viram prece.Por um tempo que passou,rezamos ladainhas.Amores imperfeitos,choramos sozinhas
Carinhos inesperados desprezados outrora.. Por vidinhas apagadas,velamos vidas vagas. Olha o tempo...
Com o passar do tempo,prezamos conceitos sociais.Débeis,esquecidos da paixão: miséráveis mentais. Com o tempo, Escarros das necessidades ditadas,"escravos da matéria anunciada",Carinhos a beira do cais? Não mais: que um objeto, um enfeite da comunidade. Enfeite do tempo.
Com o tempo, não mais demonstrações de afeto,
Não mais,sem tempo .. Com o tempo ,beijos fora de hora não há.A figura amada é uma muleta onde escoramos nossas
Solidões e necessidades básicas cotidianas.Com o tempo,
o Trivial. Não mais ! O contentar-se com o pouco,ou com o resto.Do tempo.
De um tempo que poderia ter-se feito tanto,falado-se menos,perdido-se mais,ou perdido-se menos.Tempo. Não mais.Não mais,não mais.
Foi-se o tempo.Não mais.
Pleonasticamente,salto mortal. Pra trás