AMOR.COMPREENSÃO E SOFRIMENTO.

Toda prisão é sofrida, mas a maior segregação é a que afasta a compreensão da vida e seus acontecimentos. Difícil se livrar da vida enquanto vive-se, das cadeias da vida. Se não absorvemos com largueza as águas revoltas ou mansas que banham nosso interior sofreremos mais que o sofrimento, e tudo o que surgir será mais cáustico para a ferida aberta ou paz e bonança para receber em tranquilidade a realidade. São as medidas que se medem pelo amor verdadeiro e pela compreensão, tão apertada entre o entendimento e as rupturas do querer. Não somos responsáveis pelas felicidades do caminho nem pelas tristezas, pelo que nos foi ou não dado. Em grande parte de nossas vidas não há voluntariedade no que ocorre nem está ao nosso alcance modificar. Simplesmente ocorre e está presente.

É difícil caminhar carregando o sofrimento. Quanto sofrimento se espalha pelo mundo, quanta perda e desfechos que surpreendem e deixam exposto o sofrimento que demanda carinho, amor e compreensão.

O homem não tem poder de mudar o que lhe foi destinado. Existem espaços que todos minimamente conscientes sabem que nossa vontade de modificá-los não os alcança. Podemos pretender, mas o querer fica longe de concretizar. É como o sonho, uns podem obter conquista do sonho sonhado, outros não.

E sofre-se, por vezes despontam sofrimentos desconhecidos que merecem amor e compreensão maiores, cortando todas as distâncias possíveis para amenizar a dor desconhecida.

Como em São Paulo em CORÍNTIOS:

"Se eu tivesse o dom da profecia, se conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, se tivesse toda a fé, a ponto de remover montanhas, mas não tivesse amor, nada seria."

De que serve a sabedoria, além dos homens e próxima dos anjos, perfeita em saberes de todos os temas e conhecimentos, sem que haja amor, principalmente caridade?

Como um som perdido e não escutado, restaria esse veículo do sábio que nada sabe por falta do maior sentimento.

Nenhum ser poderá ser ouvido em toda sua sabedoria se nela silente e ausente não se encontra o amor.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 06/04/2015
Reeditado em 06/04/2015
Código do texto: T5196800
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