O MENINO E A PROFESSORA DA ESCOLA PÚBLICA
Menino! Que crime horrendo e cruel praticaste?
Viu os livros queimando e não apagaste!
Livro que atinge os fins que sonhaste,
Entra em teu pensamento, solta e desenleia
Os grilhões com que o erro a verdade aperreia;
A consciência é um nó horrível que asfixia;
O livro e teu guardião, teu médico, teu guia,
Acalma tua raiva e tira tua demência;
Eis o que perdeu por tua intransigência!
O livro é teu tesouro; é a riqueza, o saber,
O direito, a verdade, a virtude, o dever,
É a razão aclarando tua inteligência,
E tu queimaste tudo, infame! O que tem a dizer?
O menino responde: Fessora, inda num sei ler!