É melhor um cheque do que um banho

Lucas e Thiago eram dois adolescentes que namoravam havia alguns meses e decidiram “ir mais longe”, num domingo em que Thiago ficaria sozinho em casa. Ambos moravam num antigo prédio de apartamentos, localizado numa bucólica rua perto do centro da cidade. O prédio era dividido em quatro pavimentos, não possuía elevador, mas contava com belos e românticos canteiros na frente e nos fundos.

Lucas morava no primeiro andar e Thiago, no terceiro. A rotina do prédio era bastante tranquila durante toda a semana e aos domingos ele permanecia praticamente deserto. Aquele domingo seria um dia especial. O céu ensolarado e os dourados raios solares que iluminavam os canteiros criavam a atmosfera perfeita para o mais lindo momento que os dois garotos já haviam experimentado. Porém um tempero especial viria a perturbar o sabor daquela emoção de que ambos desfrutavam.

Thiago, que seria o ativo, recomendou a Lucas que fizesse um enema para prevenir o desagradável “cheque” durante a relação.

— É só você inserir a mangueirinha no ânus e encher de água enquanto aguentar. O limite será quando começar a doer seu abdômen. A seguir, você expele tudo no vaso sanitário e estará limpo por dentro. Viu como é simples, amor? — Disse ternamente Thiago acariciando o rosto de Lucas.

— Sim — Concordou Lucas, com a compreensível apreensão devida à inexperiência de quem nunca fizera um enema antes. — Mas onde essa mangueira se encaixa?

O aparato caseiro mais adequado para a execução de um enema é a mangueira do chuveirinho que acompanha o chuveiro elétrico. Mas os banheiros dos apartamentos dos garotos possuíam duchas e seus chuveirinhos apresentavam mangueiras consideravelmente espessas. Thiago encontrou na lavanderia de seu apartamento uma mangueirinha já com adaptador para torneira, proveniente de um antigo tanque elétrico. Infelizmente as torneiras dos tanques dos dois apartamentos não eram compatíveis com aquele adaptador.

— Ela se encaixa certinho naquela torneira atrás do estacionamento. Aquela que fica ao lado da cabine de gás, lembra? Eu testei.

— Ah, sei.

— É um pouco longe, mas é a única que deu certo. Não sei por que a minha mãe guardou essa mangueira, já que ela não se encaixa na nossa torneira. Mas hoje ela vai ser muito útil!

— Sim, ela não é muito grossa e não vai machucar. Vai dar tudo certo, amor! — Tornou Lucas, lançando um olhar caloroso e otimista para Thiago, já antevendo os momentos que gostaria de viver depois daqueles procedimentos.

— Vai sim. Apenas vou lhe pedir uma coisa. Como você não vai poder ir até lá pelado, vá sem a cueca por baixo do short. Isso vai facilitar as coisas. Eu vou ficar lá na janela da sala observando e vou te fazer sinal caso alguém esteja se aproximando.

Assim foi feito. Dentro de instantes, Lucas estava escondido atrás do estacionamento do prédio. Ali, ele encaixou a mangueirinha na torneira e introduziu a extremidade em seu ânus. Que sensação deliciosa provocava a água fresca entrando! Com o passar dos segundos, Lucas começou a sentir algumas contrações que redundaram numa forte dor abdominal. Era o limite. Ele tirou a mangueira de seu ânus e fechou a torneira. Agora, era seguir de volta para o apartamento e expelir aquela água toda, junto com o conteúdo intestinal, no vaso sanitário do banheiro.

Aquela dor abdominal ia e voltava, acompanhada por contrações. A sensação era de uma terrível dor de barriga e Lucas não estava conseguindo andar muito rápido. Ele se deslocava por alguns instantes e parava para tentar conter as contrações, que se tornavam cada vez mais intensas, e a água que acabara de inserir, que parecia a mais violenta diarreia que ele já tivera.

Thiago, acomodado à janela lá no último andar, percebeu que algo estava errado. Ele via o namorado lá embaixo com uma desoladora expressão de desespero, andando com as pernas travadas e parando a todo instante. Lucas nem olhava para cima. Parecia completamente focado em sua agonia. Será que ele estava com dor de barriga? Thiago queria ir ajudar, mas não poderia abandonar a vigilância. E se algum carro aparecesse na rua para entrar no estacionamento? O que as pessoas iriam pensar, vendo Lucas com aquela mangueira na mão?

Em dado momento, Lucas não aguentou mais. A água simplesmente começou a vazar de seu ânus, acompanhada por uma incontrolável cólica. Ele começou a correr, atravessando desabaladamente a distância do pátio dos fundos que o separava da porta do prédio. Evidentemente, jatos de água foram ficando pelo caminho, exalando um cheiro estranho. Lucas subiu as escadas também correndo, largando pelo piso uma água que, a essa altura, já estava marrom, assemelhando-se fielmente a uma incontrolável diarreia. Chegando ao primeiro andar, onde morava, vários fragmentos de cocô foram caindo junto com a água, formando um rastro fedorento até a porta de seu apartamento. Lucas perdera totalmente o controle de seu ânus.

Ao ver o namorado entrar no prédio, em desespero, Thiago imediatamente saiu de sua posição e foi em sua procura para saber o que estava acontecendo. Chegando ao primeiro andar, Thiago se deparou com uma cena típica de filmes de terror. As escadas estavam banhadas de água marrom e essa visão, juntamente com o forte fedor que exalava, reproduzia perfeitamente a imagem de um estábulo que não fora limpo havia meses.

Não houve tempo para mais raciocínios. Thiago repentinamente escorregou no piso e caiu de costas sobre o rastro de cocô. Apavorado, ele tentou desajeitadamente se levantar, caindo novamente no chão, dessa vez de bruços. Quando finalmente se pôs de pé, estava sujo dos pés ao pescoço, na frente e atrás, como se tivesse se jogado numa poça de estrume.

Aquela tarde terminou assim. Lucas chorava copiosamente no banheiro de seu apartamento, ao lado de sua mãe, que tentava entender como o filho poderia ter tido um desarranjo intestinal tão forte como aquele. Thiago vomitou no banheiro do seu, enquanto pensava que teria sido realmente melhor ter recebido um inofensivo cheque do que ter tomado aquele banho de cocô.