CONFIANÇA FRUSTRADA

Da janela do meu quarto a obsevar o orvalho da manhã, recordei-me de como os anos passam depressa e que quando percebi, não sou mais uma jovem ingênua e ansiosa, cheia de sonhos e paixões. Com o desenrolar dos anos, notei como a vida nos prega peças e surpresas. Num momento você está no topo da felicidade, em outro momento, no fundo poço das aflições. Tem um versículo da Bíblia que diz que “a tribulação é momentânea”, e consequentemente, a felicidade também o é. Chega-se a conclusão que nada permanece tanto tempo. Mas, creio o suficiente para serem inesquecíveis, seja na alegria ou na tristeza. Tudo nos traz um ensinamento, basta apenas prestarmos atenção para não repetirmos os mesmos erros.

Outro dia, na época da escola, no Ensino Médio, fiz amizade com uma garota chamada Elisa. Esta jovem tornou-se minha melhor amiga, confidente e cúmplice. Como eu era muito tímida, confidenciei para ela uma paixão que tinha por Augustus, colega de turma. Como acreditava cegamente que a nossa amizade era verdadeira, não pude perceber que o comportamento de Elisa era estranho comigo. Algumas das minhas colegas tentaram avisar-me, porém, sem sucesso. Até que um dia, andando pelos corredores do colégio, vi Augustus indo em direção a torre do relógio, tomando o maior cuidado para que ninguém o visse, pois a entrada ali era proibida. Resolvi segui-lo. A ansiedade dominou-me, porque estava determinada a declarar todo o meu amor por ele. Quando consegui entrar na torre, vi que a escuridão, de início, dominava o ambiente. Prossegui.

Mais adiante uma luz fraquinha iluminava uma pequena sala cheia de máquinas. Ao aproximar-me escutei umas vozes, sussurros, e para minha surpresa e decepção vi Augustus e Elisa aos beijos, completamente envolvidos pelo romantismo do momento. Antes que me vissem, saí correndo com lágrimas a escorrerem pela minha face abatida. Peguei minha mochila e fui embora. Passei dois dias sem aparecer no colégio. Depois do susto, tomei a decisão de afastar-me dela e continuar minha vidinha de estudante. Elisa nunca soubera da minha descoberta. E nem o Augustos do meu amor platônico. Não o culpo pelo ocorrido, afinal de contas, ele não sabia dos meus sentimentos. Mas, ela sabia e mesmo assim, não levou em consideração o que eu sentia por ele.

O que aprendi com isso? Bem, que não devemos ser indignas da confiança que alguém, por algum motivo, deposita em nós. E que perdoar é preciso e necessário para ter uma vida em paz e equilibrada, principalmente, nos momentos de tristeza e alegria. E que devemos pôr nossa confiança exclusivamente em Deus, porque sem Ele nada somos.

Debora Oriente
Enviado por Debora Oriente em 02/04/2015
Reeditado em 11/03/2024
Código do texto: T5192477
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