Amor atual

Ah, o amor!

Esse algo indefinível que nos cerca...

Mas seria indefinível mesmo?

Ou simplesmente assim o definimos paradoxalmente para evita-lo?

O que se pretende hoje nos relacionamentos afetivos?

As pessoas querem liberdade... que liberdade seria essa?

Viver suas individualidades?

Como ter isso e um outro em sua vida?

“Ah, o outro que se adapte! ”

Aí estaríamos interferindo na liberdade do outro, na sua felicidade... se impomos algo, isso não é uma relação...

“Não precisa ter toda essa coisa de diálogo, tentar entender o ponto de vista do outro...

Vamos, com certeza, encontrar a ‘pessoa ideal’, perfeita, para qual seremos tudo e ela será nosso tudo e viveremos juntos o para sempre”...

REALLY?

OPS! Não! Essa pessoa não existe!

O que existe, se assim podemos dizer, é a pessoa certa, que vai nos aceitar e compreender nossas peculiaridades...

Porém, naquela idealização de uma relação perfeita vamos tornando as pessoas descartáveis...

Como se as pessoas fossem produtos:

-Esse é bom...

-Esse é ruim...

-Vou fazer um teste com esse...

Não foi legal? Joga fora! Arruma outro!

Objetificação das pessoas...

Hoje busca-se o prazer em detrimento de um aprofundamento sentimental...

O indivíduo busca essa pseudoliberdade e torna-se afetivamente anestesiado... Tudo é passageiro, relativo, líquido...

Bem-vindo aos tempos atuais!

Fabiana dos Santos
Enviado por Fabiana dos Santos em 30/03/2015
Código do texto: T5189320
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