NO FINAL É SÓ ISSO QUE CONTA: O AMOR

O carro rodava silencioso, macio, não fosse as paisagens que passavam ligeiras, e eu teria dúvida que estivesse em movimento.
Meu olhar percorria tudo com curiosidade, como se eu ali passasse pela primeira vez. Creio que sempre estou num lugar pela primeira vez, pois, se o lugar não muda, sei que quem muda sou eu, e a minha visão sobre ele.

Em poucas horas chegávamos à cidade de Nova Iorque. Voltávamos (eu e meu marido) de uma curta viagem de quatro dias, em que percorremos parte do belo estado Americano de Connecticut.
Assim, que alcançávamos as ruas de Manhattan, o cenário se modificava. O silêncio dava lugar ao agito, ao vai e vem das pessoas, pelas calçadas, ou a espera que o semáforo abrisse, para 
que pudessem atravessar a rua, com segurança.
Sempre gostei de observar as pessoas, cada qual com seus trejeitos, sua maneira de se vestir, se portar. E as ruas de NY, sempre repletas de gente de toda parte do mundo, propicia um cenário ideal, para isso.
Aquela hora, final de tarde, caia uma garoa tão fina, que os paulistanos, nem se lembrariam de abrir o guarda chuva, mas não os Novaiorquinos. Muitos transeutes, já se abrigavam debaixo de suas sombrinhas. Pensei, em como os povos se parecem em essência, e em suas necessidades, mas em costumes, diferem bastante. E isso torna o mundo um lugar especial e muito interessante.

Enquanto pensava sobre isso, uma mulher de origem asiática, (pareceu-me vietnamita, pelas características físicas) atravessava a rua, segurando pela mão, um lindo menininho de aproximadamente três anos, a criança guardava o formato dos olhos rasgados, e belos iguais aos da mãe, mas tinham a cor azul do céu, e seus cabelos eram loiros, com certeza, o pai devia de ser loiro. 
Fiquei olhando até que mãe e filho desaparecessem da minha linha de visão,  encantada com a beleza daquela criança, obra da mistura entre  dois povos, com característica físicas bem diferentes.
E pensei: como todo e qualquer preconceito resulta da ignorância do ser humano. Independente da cor da pele, do formato dos olhos, da origem do pai e da mãe, aquele menininho, seguia feliz, de mãos dadas com sua mãe, sem se importar, com o formato ou cor dos seus olhos, ou dos seus cabelos e pele.
Pela alegria que havia em seu sorriso, e o afeto que havia nos gestos de sua mãe, eu me arriscaria dizer que ele foi concebido com muito amor. E no final é só isso que conta: O amor. 
Amor é sentimento universal, cabe em toda alma, (que esteja disposta a acolhê-lo)
 e não se importa com a cor dos olhos, da pele, ou onde nasceu quem o cultiva. O amor verdadeiro, ultrapassa qualquer fronteira. Faz melhor: Liberta-se delas.
 



(Imagem: Lenapena)
Lenapena
Enviado por Lenapena em 30/03/2015
Reeditado em 30/03/2015
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